MT deve perder R$ 53,9 bilhões em valor de produção agropecuária em 2024

O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de Mato Grosso deve despencar mais de 26% neste ano, um impacto estimado em R$ 53,91 bilhões pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Segundo a estimativa mais recente, divulgada nesta segunda-feira, 1º de abril, esse corte se deve principalmente à desvalorização da soja e do milho nos últimos meses, além da queda na produção devido aos problemas com o calor excessivo e a estiagem.

Conforme os dados do Imea, a agropecuária mato-grossense deve produzir R$ 148,6 bilhões em 2024, uma queda expressiva frente os R$ 202,51 bilhões produzidos no ano de 2023. Os números ainda são estimados, mas indicam uma perda gigantesca para a economia do “celeiro do mundo”.

As culturas de soja e milho representam a maior fatia da perda de produção deste ano, responsáveis por mais de 60% na queda do VBP. Só o VBP da soja deve ter queda de 34,11%, o que representa uma redução de R$ 34,77 bilhões no valor da produção, saindo de R$ 101,93 bilhões em 2023 para R$ 67,16 bilhões em 2024. Esse é o pior resultado desde 2021.

É a primeira vez em mais de 10 anos que o Valor Bruto da Produção de soja encolhe. Desde 2013, o VBP da soja apresentava crescimento constante, com salto expressivo entre 2020 e 2022, devido ao fortalecimento do dólar e à disparada dos preços das commodities agrícolas no mercado internacional, como reflexo da pandemia e da guerra na Ucrânia.

“Esse resultado é atribuído principalmente à redução expressiva no preço da soja, juntamente com a expectativa de uma menor produção no estado, devido às condições climáticas adversas que prejudicaram o desenvolvimento da safra”, diz o relatório do Imea.

Já o milho deve registrar uma queda ainda mais expressiva, de 39,31% no Valor Bruto de Produção. Em números absolutos, isso representa uma redução de R$ 15,97 bilhões no VBP do milho, saindo de R$ 40,64 bilhões em 2023 para R$ 24,67 em 2024.

“Esta redução é resultado do recuo no preço do milho no estado. Além disso, a desvalorização do cereal puxou a rentabilidade da cultura para baixo, o que refletiu em uma menor área semeada e, consequentemente, estimativa de dedução na produção”, aponta o Imea.

Nem mesmo o algodão, visto como o “ouro branco” do agronegócio, escapou ileso. O Imea projeta uma queda de 9,61% no Valor Bruto de Produção da pluma, o que representa a perda de R$ 2,54 bilhões. Em 2023, o VBP do algodão está estimado em R$ 26,43 bilhões, caindo para R$ 23,89 bilhões em 2024. Novamente, a queda das cotações é a principal culpada pela perda do valor de produção, que foi levemente compensada pelo aumento na produção.

Por outro lado, as culturas de arroz, feijão e cana-de-açúcar tem projeções mais animadoras para o ano de 2024. O Imea aponta que o VBP do arroz deve crescer 28,86% este ano, atingindo R$ 0,88 bilhão. Já o VBP do feijão deve ter crescimento de 11,97% no ano, atingindo R$ 1,06 bilhão, enquanto o VBP da cana-de-açúcar deve crescer 11,9%, chegando a R$ 3,09 bilhões.

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