No primeiro trimestre de 2023, o agronegócio registrou a participação de 28,1 milhões de pessoas em atividades relacionadas ao campo, o maior contingente de trabalhadores desde 2012.
A informação é da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que lançou o boletim “Mercado de Trabalho do Agronegócio Brasileiro”, uma publicação inédita feita em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para analisar a população ocupada no setor a cada trimestre e a evolução do “estoque de empregos”, comparando com a série histórica já feita pelo Cepea desde 2012.
Apesar do aumento no número absoluto de trabalhadores, o agronegócio vem perdendo participação no total da força de trabalho do país, caindo de 29,2% em 2012 para 27% no ano atual.
O boletim analisa a conjuntura e estrutura do mercado de trabalho no agronegócio brasileiro, abordando os segmentos: insumos, produção primária, agroindústria e agrosserviços.
No 1º trimestre de 2023, o setor registrou 290,4 mil trabalhadores, aumento de 1% em relação ao 4º trimestre de 2022 e 0,9% em relação ao 1º tri/2022.
O destaque foi para o setor de agrosserviços, com crescimento de 6,7%.
A publicação também monitora o número de trabalhadores com produção própria, contando atualmente com 5,3 milhões de pessoas.
O perfil de mão de obra mostra crescimento de 6,1% de empregados com carteira assinada em relação ao 1º trimestre de 2022 e alta de 2,1% em comparação ao 4º trimestre de 2022.
No segmento feminino, houve aumento de 1,3% em relação a 2022 e 0,8% em relação ao último trimestre de 2022.
O salário médio no agronegócio registrou um aumento de 5,9% no período analisado, ligeiramente acima da média nacional. Os setores de insumo e dentro da porteira apresentaram os maiores reajustes salariais.
A pesquisa utilizou principalmente dados da Pnad-Contínua do IBGE e empregou metodologias próprias para identificar as atividades relacionadas ao agronegócio.
Nas planícies dos Estados Unidos conhecidas como Cinturão do Milho, os agricultores passam seus dias e noites nutrindo, cuidando e rezando pelo bem-estar desse alimento comum, mas globalmente significativo.
Scott Haerr, que colhe mais de 1,6 mil hectares todos os anos (uma área que corresponde mais de 1,5 mil campos de futebol), é um deles.
Dentro de um enorme silo em sua fazenda no oeste de Ohio, o agricultor de terceira geração examina os grãos de milho da colheita do ano passado.
“É um milho muito bom”, diz ele, peneirando um punhado.
O aumento dos preços de fertilizantes e combustíveis fez com que o número de hectares plantados caísse significativamente em relação a 2021.
Além disso, uma seca nas planícies ocidentais alimentou um aumento no preço do milho americano no mercado internacional.
“Tivemos uma safra reduzida por causa do clima e o rio Mississippi secando no outono passado e no início do inverno, o que retardou muito nossas exportações”, diz Haerr.
“Por causa disso, o preço do milho subiu, o que nos tornou menos competitivos.”
Legenda da foto,Os custos crescentes de máquinas, sementes e terras agrícolas tiveram um grande impacto em agricultores como Scott Haerr
O trabalho árduo e a experiência tecnológica dos agricultores americanos cimentaram seu lugar no topo das exportações de milho.
Todos os anos, dezenas de milhões de toneladas são enviadas dos EUA para mais de 60 países em todo o mundo.
Mas seu status de superpotência do milho pode estar chegando ao fim.
Os compradores na China – país que é o maior importador mundial de milho – estão cancelando pedidos dos Estados Unidos, em grande parte porque existem alternativas mais baratas em outros lugares.
Em janeiro, as vendas de milho dos Estados Unidos para a China ficaram 70% abaixo dos níveis dos anos anteriores.
E em maio, a China começou a comprar milho sul-africano pela primeira vez. É uma tendência preocupante para os agricultores dos EUA.
De fato, depois de décadas no topo, está prestes a ser ultrapassado como o maior exportador mundial da safra – e o Brasil está na briga para tomar sua posição.
A ascensão do Brasil
Em análise divulgada no site da Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP), o professor Lucílio Alves aponta que o Brasil deve embarcar volume de milho equivalente ao dos Estados Unidos na safra de 2022/23.
Serão 51 milhões de toneladas entre outubro de 2022 e setembro de 2023, segundo estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos divulgadas em fevereiro.
“Esse cenário pode ser verificado pela primeira vez para os exportadores brasileiros”, apontou Alves.
Nos Estados Unidos, não é apenas a China que está se distanciando do milho produzido no país.
As exportações para todos os países, exceto a China, estavam em seu segundo menor nível em duas décadas, conforme noticiou a agência Reuters.
O México, que compra cerca de US$ 5 bilhões (R$ 24,6 bilhões) em milho dos Estados Unidos todos os anos, está se preparando para limitar as importações da variedade geneticamente modificada, uma grande quantidade da qual vem de seu vizinho do norte.
Enquanto isso, no Brasil, agricultores têm convertido faixas de terra agrícola de pastagens para campos de milho nos últimos anos, dizem especialistas.
A vantagem adicional do Brasil é que seus agricultores podem colher não só uma, mas duas safras de milho por ano.
“No ano passado, em particular, eles tinham muito mais estoques exportáveis do que nós aqui nos Estados Unidos”, diz Frayne Olson, economista agrícola da North Dakota State University.
“A tendência de longo prazo é que o Brasil está aumentando sua produção de milho, está se tornando um ator muito mais dominante.”
A análise de Lucílio Alves, do Cepea/USP, aponta que o Brasil pode superar os Estados Unidos como maior exportador de milho do mundo, no Brasil, o aumento das exportações resultam de um superávit interno da produção estimado em cerca de 55 milhões de toneladas tanto para as safras 2021/22 quanto para 2022/23, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A China vem aumentando significativamente suas encomendas de milho brasileiro.
Os dois países também firmaram uma série de acordos que permitirão que mais milho seja embarcado do Brasil para a China.
O movimento da China para diversificar as importações de alimentos provavelmente é estimulado por uma combinação de fatores, de acordo com Harry Murphy Cruise, economista da Moody’s Analytics focado no país asiático.
China x EUA
Além da questão do preço, o aumento das tensões entre os Estados Unidos e a China está levando Pequim a diversificar rapidamente caso a situação se deteriore ainda mais.
“O comércio é uma ferramenta fundamental no arsenal de todos os formuladores de políticas”, disse ele.
“Existe a possibilidade de que a China esteja usando o comércio como uma forma de coerção econômica.”
Cruise disse que batalhas sobre produtos como semicondutores, eletrônicos e baterias não são os únicos exemplos de como a China mudou sua relação comercial com os Estados Unidos.
“É mais amplo do que isso”, diz Cruise, observando que a China está procurando mitigar riscos e fortalecer as cadeias de suprimentos de bens essenciais.
“Alimentos e rações para o gado são críticos.”
Nos Estados Unidos, os preços do milho estão altos por muitos dos mesmos motivos pelos quais a maioria dos outros produtos e serviços são caros hoje: inflação.
Para os agricultores, os custos crescentes de maquinário, sementes e terras agrícolas prejudicaram seus resultados.
“Quando você olha para o maior diferencial no custo de produção de milho nos EUA em relação ao Brasil, África do Sul ou Argentina, provavelmente é a terra”, diz Frayne Olson.
O preço por acre de terra em Iowa, o maior estado produtor de milho dos EUA, aumentou 29% em 2021 e mais 17% em 2022, o maior já registrado. Em Illinois, o segundo maior produtor de milho, o aluguel da terra atingiu preços recordes no ano passado.
Economistas dizem, porém, que a ascensão do Brasil não deve ter grande impacto no dia a dia dos americanos – a agricultura não tem o mesmo peso econômico de décadas atrás.
“A agricultura é importante – o abastecimento de alimentos é crítico – mas não é uma grande parte de toda a economia”, diz Olson.
O agricultor Scott Haerr, por sua vez, diz que não planeja reduzir o número de hectares de milho que planta, já que o custo de fertilizantes e combustível diminuiu em relação às altas do ano passado.
“Mas estamos prontos para pivotar, se precisarmos”, diz ele. Ele acredita que há pouco a ser feito para impedir a rápida ascensão do Brasil, mas isso não significa que os agricultores americanos estejam fora do jogo de exportação.
“A Indonésia não está importando milho no momento, mas seu potencial de crescimento para o etanol (produzido a partir do milho) é enorme”, diz ele. No início deste ano, ele e outros produtores de milho de Ohio visitaram os países do Sudeste Asiático para ouvir em primeira mão o que os compradores querem.
“Precisamos ter certeza de que estamos tentando desenvolver novos mercados”, diz ele.
*Com reportagem de Stephen Starr em Clark County, Ohio, e Derek Cai, da BBC, em Cingapura.
Mato Grosso foi o Estado que mais gerou novos empregos, proporcionalmente ao número da população, no primeiro semestre de 2023: com 3,6 milhões de habitantes, foram 10,6 mil novos empregos com carteira assinada nesse período.
O número de novos postos de trabalho gerados em Mato Grosso supera todos os Estados da região Sul juntos (Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul), os três maiores do Nordeste (Bahia, Pernambuco e Ceará), e fica atrás somente dos três Estados mais populosos do país: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Com uma população de 44,4 milhões de habitantes, o Estado de São Paulo gerou 36,4 mil novos empregos formais de janeiro a junho de 2023. Minas Gerais tem 20,5 milhões de habitantes e contratou 25,5 mil trabalhadores.
Conforme o Observatório do Desenvolvimento da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), as proporções de vagas de emprego pela quantidade de habitantes dos Estados são 0,29% em Mato Grosso, 0,12% em Minas Gerais, 0,08% em São Paulo e no Rio de Janeiro. Os dados se baseiam no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de junho, divulgado na última semana pelo Ministério do Trabalho e Emprego, além dos dados populacionais do Censo 2022 do IBGE.
Para o governador Mauro Mendes, a alta geração de empregos em Mato Grosso encontra um novo desafio: ter mão de obra disponível e qualificada para tantas vagas de emprego abertas.
“Nos últimos anos, essa notícia tem se tornado frequente. Estamos sempre na liderança em geração de emprego e a nossa maior dificuldade é encontrar mão de obra para tantas oportunidades. Hoje temos um Governo forte, que reduz impostos, concede incentivos fiscais, emite licenças com rapidez e traz um ambiente favorável para investimentos privados, além de tocar milhares de obras e ações em todo o estado. Isso tem criado milhares de empregos e oportunidades, e essa notícia prova que estamos no caminho certo”, afirma.
O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, César Miranda, diz que todo o cenário econômico criado pelo Governo de Mato Grosso, atraindo investimentos, dando mais segurança jurídica aos investidores, combate ao desmatamento ilegal, incentivo de práticas de produção associada a sustentabilidade, além dos investimentos em infraestrutura, educação com reformas nas escolas e melhoria no ensino, e na saúde pública são fundamentais para instalação de indústrias e a abertura de novas empresas.
“A escola para o filho, acesso a saúde, estradas boas tudo isso é levado em conta para uma pessoa mudar de cidade e se instalar no interior, por exemplo. Os empresários também analisam essa situação para fazer os investimentos. O Governo do Estado pavimentou no passado o que está acontecendo agora”, avalia.
Setores que mais empregaram
Com a safra recorde de grãos de Mato Grosso em torno de 100 milhões de toneladas no ano agrícola 2022/2023, o setor da agropecuária surge como o maior empregador do Estado. Dos 10,6 mil novos empregos, 4,7 mil foram absorvidos pelo setor, que é a base econômica do Estado.
Na sequência aparece o setor de Serviços, que empregou 2,5 mil trabalhadores no primeiro semestre. Depois aparece a indústria, com a contratação de 1.178 pessoas, comércio (1.150) e a construção civil (1.038).
Entre os contratados, 9.186 são homens e 1.494 são mulheres. São pessoas, em sua maioria, com o ensino médio completo, e idade de 18 a 24 anos.
Assim como aconteceu para os dados do consumo mundial e a produção mundial de carne bovina, o USDA revisou, para cima, os dados de exportação de carne bovina como revelam os dados da Tabela abaixo.
A Tabela apresenta os dados da exportação mundial de carne bovina e por país exportador, em milhões de toneladas em equivalente carcaça, entre 2019 e a expectativa para 2023, segundo dados do USDA de julho de 2023.
A exportação mundial de carne bovina para 2023, caso confirmada a expectativa de julho, alcançara novo recorde histórico, somando um total de 12,12 milhões de toneladas em equivalente carcaça.
O Brasil, maior exportador mundial também teve sua estimativa de vendas revisada para cima em julho (Tabela), com projeção de alcançar 3,05 milhões de toneladas em equivalente carcaça, ganho de 1,26% frente a revisão de abril. O interessante é observar que todos os principais países exportadores de carne bovina apresentaram alta na estimativa de julho frente a de abril.
Aliás, a exportação de carne bovina do Brasil foi recorde para um mês de junho, em 2023.
A China, maior importador mundial deve comprar o equivalente a 3,50 milhões de toneladas em equivalente carcaça no ano de 2023, estimativa sem alteração frente a abril e também estável comparado a 2022.
Entre os países asiáticos, o destaque de alta fica para o Japão e Coreia do Sul, uma vez que ambos apresentaram alta na expectativa de compra frente a abril, de 2,96% e 1,68%, respectivamente. Lembrando que o Japão e a Coreia do Sul são o terceiro e quarto maiores importadores mundiais de carne bovina, atrás dos EUA.
Até a safra de 2033, a produção de grãos do Brasil deve crescer 24%. Com o incremento, a colheita atingirá 390 milhões de toneladas, de acordo com o relatório Projeções do Agronegócio, elaborado pelo Ministério da Agricultura.
O extra representa um acréscimo de 75 milhões de toneladas. Essa quantidade equivale a quase toda a produção de grãos do Sul do Brasil prevista para 2023, a Região com a segunda maior safra desse segmento no país. “Esse acréscimo corresponde a uma taxa de crescimento de 2,4% ao ano”, de acordo com a pasta.
A área ocupada por esse tipo de cultura no país deve saltar dos atuais 77 mil hectares para 92 mil hectares. Assim, o espaço dedicado às lavouras vai crescer por volta de 20%.
Produção dos principais grãos do Brasil
Pelas projeções do Ministério, a soja seguirá na liderança do setor. A estimativa da colheita de 2023 do grão ficou em 186 milhões de toneladas. Ou seja, praticamente metade da colheita. O consumo nacional deve subir de 22 milhões de toneladas para 61 milhões de toneladas.
Além disso, o órgão estima que a exportação brasileira da cultura deve chegar a 121 milhões de toneladas em 2023. Essa quantidade equivale a cerca de 60% de todo o comércio entre países estimado para aquele ano.
Entre as principais colheitas, o Mapa também cita o crescimento da colheita de milho. Atualmente, é a segunda cultura de maior volume no país. Essa safra deve sair de 125 milhões de toneladas para 160 milhões de toneladas.
Tanto o milho quanto a soja, são amplamente utilizados pela indústria. Além de ser um insumo importante, eles servem como matéria-prima para a nutrição de alimentos e a fabricação de biocombustíveis.
Com a produção extra, as exportação de grãos de milho deve passar das atuais 48 milhões de toneladas para 66 milhões de toneladas. E o consumo interno deve chegar a 100 milhões de toneladas.
O período de seca em Mato Grosso já começou e com ele os riscos de incêndios em propriedades rurais levam os produtores a redobrarem a atenção, em especial quanto as pastagens. Entre as medidas de segurança que podem ser adotadas estão a construção e manutenção de aceiros e disponibilidade de água em abundância.
Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologias (Inmet), ligado ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Mato Grosso conta com umidade relativa do ar variando entre 30% e 20% nos próximos dias e sem previsão de chuva.
No dia 1º de julho entrou em vigor o período proibitivo do uso de fogo para limpeza e manejo de áreas rurais em Mato Grosso. A medida vai até o dia 31 de outubro e tem como objetivo diminuir as áreas atingidas por incêndios no período considerado crítico para as vegetações.
A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) pontua que os pecuaristas devem estar atentos quanto a tal período, levando em consideração o risco de incêndios de grandes proporções.
“Com o período de estiagem, começa a preocupação dos produtores rurais com a possibilidade de incêndios florestais e suas consequências, como os graves problemas à pastagem e outras lavouras, por isso é importante saber quais medidas o produtor deve adotar em sua propriedade”, frisa o presidente da Acrimat, Oswaldo Ribeiro.
Ações de prevenção
Entre as medidas que podem ser adotadas estão a construção e manutenção de aceiros, a redução de materiais combustíveis e a disponibilidade de água em abundância, além do transporte de água para os locais onde ocorrem os sinistros.
Tais ações prevenção, salienta a Acrimat, são algumas que podem ser encontradas pelo produtor rural em uma cartilha elaborada pela entidade.
“Os produtores devem fazer aceiros, sobretudo nas áreas próximas às rodovias, pois se sabe que nelas se originam muitos dos incêndios ambientais. Também devem ter cuidado com as propriedades vizinhas e ter cuidado com as linhas de transmissão de energia elétrica”, diz o diretor técnico, Francisco Manzi.
Outro alerta quanto à prevenção, destaca Francico Manzi, é quanto a exigência por parte dos produtores para que as empresas fornecedoras de energia elétrica façam a manutenção, uma vez que cabos rompidos podem originar faíscas e se transformar em incêndios.
Mato Grosso é o estado que mais viu seu Produto Interno Bruto (PIB) crescer entre 1985 e 2020. Foram 3,51%, o maior índice entre todas as unidades da Federação. Para se ter uma ideia, o estado de São Paulo, mais rico do país, é o antepenúltimo na lista com saldo negativo de -0,18%. O segundo colocado é o Piauí, com 2,27%, e o último colocado é o Distrito Federal, com 0,26%.
O cenário revela que as economias de grandes centros, como São Paulo e Rio de Janeiro, estão estagnadas há cerca de 35 anos. São duas gerações de baixo crescimento ou mesmo crescimento negativo. Os dados são da Ipeadata e foram compilados pelo blog Valor Adicionado.
Blog Valor Adicionado
Além disso, os números revelam que Mato Grosso ultrapassou os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, no que diz respeito à evolução do PIB per capita. Isso acontece por volta de 2019, conforme o gráfico abaixo.
Blog Valor Adicionado
Conforme os números, em 1985, São Paulo tinha um PIB per capita 3,5 vezes maior que o de Mato Grosso. Em 2020, Mato Grosso aparece à frente, mais que triplicando o seu PIB per capita, e deixando São Paulo e Rio de Janeiro para trás.
Esse resultado é consequência da desindustrialização do país nas últimas décadas, combinada com o exponencial crescimento do agronegócio no mesmo período. Atualmente, Mato Grosso é o maior produtor de grãos do Brasil. Se fosse um país, o estado seria o terceiro maior produtor de soja do mundo.
Além disso, Mato Grosso apresenta o maior Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) do país. O valor estimado para o estado em 2023 é de R$ 204,4 bilhões, número que representa 16,4% da receita nacional, estimada em R$ 1,249 trilhão.
O clima nos EUA ainda é uma preocupação e embora o índice que mede a qualidade das lavouras daquele país acumule quedas sucessivas, a previsão é de uma safra 2023/24 recorde tanto por lá como por aqui, com elevação dos estoques mundiais.
O fato é que o preço da soja acentuou o movimento de recuperação em julho de 2023, como ilustra a primeira Figura abaixo. Isso porque na parcial de julho o preço do grão (Cepea, Paranaguá-PR) foi cotado a R$149,5 por saca, valor 7,8% acima do valor que encerrou junho (R$138,7). E não foi apenas no mercado físico que a soja acumulou alta em julho. No mercado futuro o preço do grão tem sido destaque de valorização.
A Figura ilustra a evolução do preço diário da soja (Cepea, Paranaguá-PR), em Reais por saca, ao longo de 2023.
Fonte: Dados do Cepea (adaptado por Farmnews)
O preço da soja subiu em julho, apesar de seguir em queda em 2023, com perda de quase 20,0% na parcial do ano.
Entre o final de 2022 e a parcial de julho (20), o preço do grão (Cepea, Paranaguá-PR) caiu 18,9%, variando de R$184,4 por saca a R$149,5 por saca. O interessante é observar também que desde abril o preço da soja não foi cotado acima de R$150,0 por saca, valor que volta a se aproximar em julho.
O valor médio parcial da soja em julho de 2023, até o dia 20, de R$144,8 por saca, interrompe uma sequência de 7 meses consecutivos de desvalorização, como mostram os dados da segunda Figura.
A Figura apresenta os valores médios do preço nominal da soja (Cepea, Paranaguá-PR), em Reais por saca, entre janeiro de 2020 e a parcial de julho de 2023 (média até o dia 20).
Fonte: Dados do Cepea (adaptado por Farmnews)
O preço médio da soja na parcial de julho de 2023, de R$144,8 por saca, apesar da recuperação frente a junho, foi 24,1% menor que a média nominal observada em julho de 2022 (R$190,7).
Sem trégua da inflação de alimentos — que se mantém no nível mais elevado desde 1977 — o Reino Unido resolveu facilitar as regras de importação de carnes do Brasil. E essa não terá sido a única razão para o anúncio da medida, que vinha sendo negociada desde outubro passado. Mas terá certamente precipitado a decisão, segundo interlocutores do governo brasileiro.
Em maio deste ano, as carnes bovinas e aves frescas ou cozidas aumentaram em média 15%, em comparação com o ano anterior, de acordo com dados do ONS, o instituto equivalente ao IBGE no país. Mas há casos de reajuste de quase 100% no período.
A avaliação é que o temor em relação à disparada do custo de vida e a resistência da inflação, sobretudo entre os alimentos, foram o empurrão necessário para agilizar o movimento britânico.
Isso acabou com os chamados controles reforçados às exportações brasileiras de carnes e derivados e retomaram por completo o sistema de habilitação de estabelecimentos por indicação das autoridades sanitárias brasileiras.
A decisão foi tomada com base no relatório da auditoria técnica sobre o sistema brasileiro de inspeção de produtos de origem animal realizada por equipes britânicas em outubro de 2022.
Foi a primeira missão de auditoria britânica ao exterior depois do Brexit, que aconteceu em janeiro de 2020. Os britânicos consideram que o Brasil resolveu os problemas de seu sistema regulatório sanitário e fitossanitário que haviam levado as autoridades daquele país a criar os controles reforçados.
Outra novidade que deve estimular as exportações brasileiras é que o Reino Unido também anunciou que eventuais restrições sanitárias para carnes de aves em função de casos de gripe aviária se darão em nível regional.
Ou seja, focos da doença que venham a ocorrer no Brasil levarão ao fechamento do mercado britânico apenas para as exportações de carne de aves dos estados afetados e não mais para todo o país, como acontecia antes. Essa é uma vitória do governo brasileiro, que vinha negociando com os britânicos desde o Brexit.
Exportações cresceram após o Brexit
O Reino Unido é um importante destino das carnes do Brasil. As exportações brasileiras de carnes de aves somaram US$ 282,2 milhões no ano passado e as de carnes bovinas US$ 134,5 milhões. Desde o Brexit, as exportações agropecuárias brasileiras para o Reino Unido aumentaram 67%, atingindo US$ 1,8 bilhão em 2022.
Atribui-se à insistente pressão inflacionária no país uma lista de fatores. Entre eles, o Brexit, a falta de mão de obra (queixa recorrente dos setores varejistas, atacadistas e dos produtores rurais), a guerra na Ucrânia, alta dos custos de energia e até os casos de gripe aviária na Europa.
A inflação de alimentos caiu um pouco em maio, mas segue em 18,4% ao ano, oscilando ainda no patamar mais alto de que se tem notícia desde os anos 1970. Entre as associações de produtores de carnes britânicas, não se descarta nem mesmo um cenário de desabastecimento.
Em março deste ano, a produção interna caiu 10%, o que se atribui justamente à disparada dos custos de produção, com destaque para o aumento das tarifas de energia. Há itens que dobraram de preço em um ano. É o caso de alguns tipos de carnes, iogurtes e legumes. Em fevereiro deste ano, tomates e pepinos foram racionados pelos supermercados, que impuseram limites para as compras dos consumidores. O mesmo chegou a acontecer com ovos.
O Banco da Inglaterra, o BC inglês, vem mantendo as taxas de juros nos níveis mais elevados para tentar conter a inflação. Mas outras medidas começam a ser adotadas pelo governo.
Em abril deste ano, quando os preços do frango nos supermercados britânicos bateram seu nível mais alto, o Reino Unido resolveu aumentar os volumes das cotas de carne de aves do Brasil. Passaram de uma cota total de 79,9 toneladas anuais para 96,5 mil toneladas anuais – um incremento de 16,6 mil toneladas no período para este setor do agronegócio.
Guerra da Ucrânia estimulou venda de soja
O cenário traz boas perspetivas para as exportações brasileiras para o Reino Unido. Desde a guerra na Ucrânia, subiram muito as vendas de soja, que, em boa medida, substituíram o milho ucraniano e russo. A venda de soja do Brasil para os britânicos passou de US$ 154,7 milhões para US$ 365,3 milhões entre 2021 e 2022, ou seja, um incremento de 136%.
Sobre as perspectivas, há boas expectativas para carnes bovina e de frango, agora que caíram as medidas restritivas, e, futuramente, ovos e derivados, além de lácteos, se o Reino Unido abrir o mercado nesses segmentos, o que ainda está longe de estar garantido. O governo brasileiro está trabalhando nesse assunto.
A cotação do boi gordo apresentou alta de 0,83%, nesta terça-feira (18). Conforme dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), atualmente está sendo negociado no estado de São Paulo a R$ 259,76. No mercado financeiro a arroba do boi gordo também aumentou 0,82% e a cotação é de R$ 257,00.
Os valores podem aumentar ou manter o mesmo preço nos próximos dias. Além disso, os últimos cinco indicadores, ou seja, a média móvel seguiu o padrão de alta todo mês.
Outras carnes
O valor do frango congelado não teve alteração e continua sendo vendido a R$ 5,83. O preço do frango resfriado também não mudou e está sendo comercializado pelo mesmo valor do congelado em São Paulo, São José do Rio Preto e Descalvado.
O preço da carcaça suína caiu 0,79 % e está sendo negociada a R$ 10,04. Já o suíno vivo está sendo vendido a 7,04 em Minas Gerais.
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