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Agricultura

Agro está otimista com o crescimento da economia brasileira, diz pesquisa

Mais de dois terços (69%) dos executivos do agronegócio brasileiro estão otimistas com o crescimento da economia nos próximos 12 meses, revela a 27ª edição da Pesquisa Global com CEOs da PWC, empresa de consultoria e auditoria. Há um ano, 40% dos CEOs do setor confiavam no crescimento da economia.

O levantamento, divulgado nesta quarta-feira (28), mostra que outros 17% dos executivos do setor avaliam o risco de uma desaceleração em 2024, enquanto 14% projetam um cenário de estabilidade.

confiança do agronegócio ficou acima da média nacional, já que, considerando todos os setores da economia, 55% dos executivos apostam no crescimento da economia brasileira, 29% acreditam na desaceleração e 15% na estabilidade.

O otimismo dos CEOs brasileiros se sobressai ainda sobre a média dos executivos globais, dos quais 44% acreditam no crescimento de seus países, 37% apostam na desaceleração e 17% veem estabilidade econômica.

A PWC entrevistou mais de 4,7 mil líderes empresariais em cem países.

Na avaliação do sócio da PWC Brasil e líder de Agronegócio no Brasil da consultoria, Maurício Moraes, a confiança maior do agronegócio em relação à economia brasileira na comparação com os executivos dos demais setores pode ser atribuída à capacidade de atração e interesse de investimento do setor.

Em relação às próprias empresas, 35% dos líderes do agronegócio ouvidos na pesquisa estão confiantes de que as receitas tendem a crescer neste ano contra 78% há um ano.

A confiança é inferior à média dos líderes empresariais brasileiros, de 52%, e do mundo, de 37%. Para os próximos três anos, 57% dos executivos do agronegócio apostam no aumento na receita das suas empresas, ante 70% há um ano e contra 62% da média nacional e 49% do mundo.

“Vivemos momento de quebra de safra, de estoque de insumos, de menores margens. São temas que refletem a percepção de geração de receita para este ano. Para os próximos três anos, há perspectiva de retorno à normalidade, com fundamentos das commodities mais estáveis”, observou Moraes.

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Pecuária

MT se mantém na liderança com maior rebanho bovino do país

O Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Indea-MT) divulgou nesta terça-feira (27.02) o resultado da 2ª campanha estadual de atualização de estoque de rebanho, realizada entre os meses de novembro e dezembro do ano passado. Mato Grosso possui 34,1 milhões de cabeças de gado e se mantém como líder nacional de rebanho bovino, apontou o relatório.

O Estado conta com um total de 109.751 estabelecimentos rurais com bovinos e um total de 126.441 produtores rurais. Desse total, 98,89% realizou em dezembro passado a comunicação do estoque de rebanho. Apenas 1.404 não realizaram o informe dentro do período, ficando sujeitos a multas.

Dez municípios concentram um quarto de todo o rebanho, sendo eles: Cáceres, Vila Bela da Santíssima Trindade, Juara, Colniza, Juína, Alta Floresta, Pontes e Lacerda, Nova Bandeirantes, Porto Esperidião e Aripuanã, que, juntas, têm 8,6 milhões de cabeças de gado.

O levantamento identificou uma leve diminuição na quantidade de gado em relação à 1ª campanha atualização de estoque de 2023, realizada de maio junho do ano passado, a qual havia apontado um total de 34.473.643 bovinos.

O coordenador de Defesa Sanitária Animal, João Marcelo Néspoli, explicou que essa diminuição de 346,7 mil animais de uma campanha estadual para outra se deve principalmente ao aumento no número de abates, e, dentro desse cenário, o crescimento do abate de fêmeas. Em 2023, Mato Grosso abateu 400 mil matrizes a mais do que em 2022.

“Com menos matrizes, a propriedade reduz a produção de bezerros, o que também contribui para a diminuição do rebanho. A análise dos nossos dados apontou ainda que houve aumento no abate de fêmeas acima de 36 meses, que é uma faixa etária de matrizes. Fêmeas criadas para o abate vão para os frigoríficos antes dessa idade”, explicou João Marcelo Néspoli.

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Agricultura

Exportações do complexo soja registraram recorde de volume e receita

Os embarques do complexo soja tiveram avanço de 24,7% em 2023, chegando a 126,818 milhões de toneladas. A informação parte de levantamento da Datagro Grãos. O total compreende:

  • Soja em grão: 101,856 mi de toneladas de soja em grão (+29,4%)
  • Farelo: 22,613 milhões de toneladas (+11,1%)
  • Óleo: 2,349 milhões de toneladas (-9,6%)

Os principais fatores para esse recorde é a grande safra colhida no ano passado pelo Brasil, atualmente estimada em 160,234 mi de toneladas pela consultoria, montante 23% superior à prejudicada temporada anterior.

Além disso, também explicam o cenário de remessas altas partindo do Brasil os seguintes fatores:

  • Perdas expressivas nos Estados Unidos em 2022, com safra irregular pelo quarto ano consecutivo;
  • Avanço das compras pela China após a peste suína africana (PSA) ser contornada;
  • Tensões nas relações políticas entre EUA e China; e
  • Maior competitividade do complexo soja devido à queda no padrão de preços.

Recorde de receita

soja preço cotação pib Chicago dólar

A Datagro aponta que também foi registrado recorde na receita total obtida nas exportações do complexo soja brasileiro em 2023, apesar do forte recuo nos preços médios.

Assim, a receita total foi atualizada para US$ 67,377 bilhões, 10,9% a mais que em 2022, quando foram arrecadados US$ 60,748 bilhões.

A receita do ano passado foi formada por US$ 53,316 bi decorrentes de vendas de soja em grão (+14,7%); US$ 11,507 bi da comercialização de farelo (+11,4%); e US$ 2,554 bi de óleo, o único com recuo ante 2022 (-35,1%).

“Esse extraordinário avanço da receita alcançada pelas vendas externas do setor contribuiu fortemente para impedir o recuo que estava previsto nas exportações globais do país em 2023, que veio refletindo a diminuição no ritmo de crescimento da economia brasileira. Por esse motivo, confirmamos novo recorde na participação do complexo soja na pauta geral de exportações do Brasil”, comenta Flávio Roberto de França Junior, economista e líder de conteúdo da consultoria

Participação da soja na receita nacional

A receita total das exportações brasileiras em 2023 chegou a US$ 339,673 bi, crescimento de apenas 1,7% em relação ao recorde anterior, de US$ 334,136 bi, registrado em 2022.

Com isso, o setor contribuiu com 19,8%, proporção superior ao recorde de 18,2% de 2022, superando com folga os 16,2% da média de participação dos últimos 10 anos.

Projeções para 2024

Em termos de volume, a Datagro Grãos estima saídas externas do complexo soja brasileiro em 114,900 mi de t em 2024, 9,4% aquém de 2023. Ainda assim, caso se concretize, seria o segundo maior da história:

  • Soja em grão: 88,8 mi de t (-12,8%);
  • Farelo: 24 mi de t (+6,1%); e
  • Óleo: 2,1 mi de t (-10,6%)

No que diz respeito à receita, os números iniciais da consultoria apontam para US$ 54,480 bi, o que representaria recuo de 19,1% ante 2023: US$ 41,736 bi de soja em grão (-21,7%); US$ 10,560 bi de farelo de soja (-8,2%); e US$ 2,184 bi provenientes do óleo de soja (-14,5%).

“Essa retração na receita para 2024 tende a resultar também em redução na participação das exportações do setor soja na pauta geral do Brasil, de 19,8% de 2023 para 17,0%. Apesar de bem menor, essa nova taxa ainda seguiria muito superior aos 16,2% da média para os últimos 10 anos, sendo a menor desde os 16,8% de 2020”, diz França Junior.

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Pecuária

Brasil vai bem nas exportações de carne bovina, mas ‘sonha’ com Japão e Coreia do Sul como destinos 

Especialistas apontam que estes países asiáticos, por serem bastante exigentes, seriam mais do que compradores em volume, mas ‘cartões de visita’ pela aprovação da qualidade da proteína brasileira

As exportações de carne bovina brasileira, somando in natura e processada, fecharam o ano de 2023 com volume 8,15% maior que em 2022, segundo dados da Associação Brasileira de Frigoríficos (ABRAFRIGO). Neste início de 2024, o montante exportado em toneladas em janeiro também cresceu em relação ao mesmo mês de 2023, na ordem de 28%.

Entretanto, a receita pelas vendas internacionais da proteína brasileira vem registrando queda desde o ano passado, resultado de uma redução nos preços pagos pelos principais países importadores, principalmente a China. 

Segundo dados da plataforma ComexVis do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, a China representou em 2023 60% do faturamento brasileiro com as vendas de carne bovina, seguido do Chile, com 5,1% e Estados Unidos, com 4,9%.

exportações carne bovina 2023 1
Fonte: ComexVis
exportações carne bovina 2023 países de destino
Fonte: ComexVis

De acordo com Paulo Mustefaga, presidente executivo da ABRAFRIGO, nos últimos anos o Brasil se consagrou como um dos grandes exportadores de carne bovina, acessando importantes mercados como Estados Unidos, Canadá, México e Rússia. “O que ainda falta seria alguns mercados asiáticos importantes, como Coreia do Sul, que já existe uma negociação, e o Japão, que hoje é o terceiro mercado mais importante do mundo, atrás de China e Estados Unidos”, afirma. 

O mercado da Coreia do Sul, um dos mais exigentes, só aceita importações de carne bovina e suína de locais que sejam livres de febre aftosa sem vacinação. Entre os dias 9 e 14 de novembro de 2023, uma delegação sul coreana visitou propriedades e plantas frigoríficas nos três Estados da região Sul do Brasil, conforme agenda organizada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). 

“No último dia de trabalho, eles conheceram o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária, localizado no Rio Grande do Sul. Os dois estados vizinhos conquistaram recentemente a certificação como Área Livre de Febre Aftosa sem Vacinação, concedida pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) aos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e de Mato Grosso, mas ainda falta o reconhecimento da condição pelas autoridades sul-coreanas”, informou a Cidasc-SC.

Mustefaga detalha que a ABRAFRIGO participa das tratativas, mas que quem lidera as negociações é o MAPA, “e pelo que temos conhecimento, está avançando o acordo”. “O próprio ministro (Carlos Fávaro) já deu declarações recentemente à imprensa sobre isso, e o setor espera que isso se concretize. E vai representar uma quebra de paradigma também, porque é um mercado importante do ponto de vista econômico, paga bem, é muito exigente. Seria mais uma chancela para a qualidade da carne bovina do Brasil”, disse.

Para além da Coreia do Sul, o Japão também é elencado por Mustefaga como um dos top 3 mercados mais importantes no mundo para a carne bovina, e também extremamente exigente. Assim como a Coreia do Sul, o Japão apenas importa carne bovina de regiões livres de febre aftosa sem vacinação.

Segundo Douglas Coelho, sócio da Radar Investimentos, “estrategicamente falando, um país que paga bem é o Japão, que é um sonho, mas é um país rigorosíssimo”, diz. Ele explica ainda que a habilitação japonesa de frigoríficos brasileiros para exportação de carne bovina seria “carimbo, uma melhora na imagem do Brasil, algo que impactaria mais na reputação do que no volume embarcado em si”. 

CHINA EM ROTA DE AUMENTO DE CONSUMO, MAS E O PREÇO?

“A China já é um grande parceiro que já estava consolidado e que é muito importante. O consumo per capita do Chinês ainda é baixo, mas vem numa constante de crescimento, e consolidar isso é de suma importância. Mas é importante lembrar que uma concentração muito grande causa uma dependência”, afirma Douglas Coelho.

No final do ano passado, delegações chinesas anunciaram visitas ao Brasil para vistorias em plantas frigoríficas de carne bovina em prospecção à novas habilitações. Segundo Paulo Mustefaga, no ano passado, foram 15 plantas que receberam auditoria de autoridades chinesas, e os resultados oficiais ainda não saíram. Neste ano, agora em janeiro, houve uma auditoria online, por vídeo, com 28 frigoríficos, perfazendo 43 indústrias no total que aguardam para serem habilitadas. Fora isso, outros 33 frigoríficos cujos questionários foram mandados para a China foram rejeitados pois havia alguma não-conformidade nos documentos, segundo o presidente executivo da ABRAFRIGO.
 
“Qualquer número (de frigoríficos) que seja aprovado, isso para o Brasil é bom, porque são mais empresas exportando, mais benefícios. Mas vale lembrar que a China não paga mais tão bem pela carne como era há dois ou três anos”, disse.  

Mustefaga pontua que, em 2021, quando houve o boom de exportações de carne bovina para a China, o gigante asiático chegava a pagar cerca de US$ 7 mil dólares por tonelada da proteína, que caiu para US$ 6.385 em 2022 e US$ 4.761 em 2023. “A China passa por uma severa questão econômica, mas o volume embarcado acaba suplantando a questão do valor. Vale lembrar também que em 2021/22, com a alta nas exportações, a arroba do boi aqui era alta e o custo de produção também, mas agora o custo da matéria prima também baixou”, explica. 

exportações de carne bovina série histórica
Exportações de carne bovina série histórica por valor. Fonte: ComexVis
exportações de carne bovina série histórica por peso
Exportações de carne bovina série histórica por peso. Fonte: ComexVis

PERDA DE ESPAÇO NA UNIÃO EUROPEIA

Ao passo que o Brasil conquistou os mercados mais importantes no mundo para a venda de carne bovina, como China, Estados Unidos, México e Canadá, o país foi perdendo espaço na União Europeia, onde no início dos anos 2000 havia grande fatia das vendas. 

Conforme explica Paulo Mustefaga, no início dos anos 2000 as exportações da proteína bovina brasileira para a União Europeia representavam quase 40%. Hoje o Brasil exporta o equivalente a 3,5% em volume e 5% em valor, por ser uma região que importa produtos com valor agregado maior. 

“É preciso ponderar que conquistamos o mercado Chinês, que é 50% do que exportamos em volume. No caso da União Europeia, os problemas que vêm se acumulando são sobre questões restritivas que o próprio bloco coloca, como questões sanitárias de rebanho, o que não é justificável tecnicamente, porque o Brasil não tem problemas com nenhum outro mercado comprador”, afirma.

Para o presidente executivo da ABRAFRIGO, são barreiras muito ligadas ao protecionismo econômico, uma vez que o Brasil possui preços bastante competitivos. “Praticamente todo o país é livre de aftosa com vacinação e estamos avançando em estados livre da doença sem vacinação. E agora tem a questão das barreiras ambientais que a União Europeia aprovou sobre a rastreabilidade, questão de desmatamento. É preciso considerar que o Brasil tem leis ambientais rígidas”. 

Mustefaga detalha que é difícil estimar o quanto uma retomada aos antigos patamares de exportações de carne bovina para a União Europeia representaria. “Mas é claro que se estivéssemos exportando para a União Europeia nos mesmos volumes do passado, nas condições normais de mercado, representaria uma oportunidade comercial excelente para o setor. No caso da União Europeia, são carnes de maior valor agregado, com maior preço”, apontou.

PARA ALÉM DA CARNE: EXPORTAÇÕES DE GADO EM PÉ

O balanço das exportações de gado vivo, ou ‘gado em pé’ de 2023 pelo Brasil ainda não foi finalizado, mas a perspectiva é de que tenha havido alta considerável em relação ao ano de 2022, segundo Ana Paula Oliveira. Médica veterinária e Zootecnista, mestre em Produção Animal pela FMVZ Unesp e analista de mercado da Scot Consultoria.

Ela explica que em 2022, o Brasil representava 3,78% da exportação mundial nesta modalidade, segundo o mais recente resultado do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês). “Em 2023 esse cenário deve mudar, apesar de não ter números oficiais, este número deve ter sido superado. Havia expectativa de 380 mil cabeças, e analisando o número geral, 2023 foram quase 600 mil cabeças. É um número que esperávamos ver somente na conclusão de 2024”, afirma a analista.

Este aumento das exportações de gado em pé pelo Brasil em 2023 deve, inclusive, desbancar alguns dos grandes players neste tipo de embarque, de acordo com Ana Paula. Em 2022, a União Europeia figurava em primeiro lugar, seguido de México, Canadá, Austrália, Estados Unidos e Brasil. “Em 2023 o Brasil deve chegar entre os três primeiros exportadores, deixando os Estados Unidos para trás, com menor rebanho no ano passado, e brigando com o Canadá e o México”, afirmou.

Um dos mercados-alvo do Brasil na exportação de gado vivo, segundo a especialista, é o Vietnã, que já está ‘aberto’ desde 2021, mas ainda sem negociações consistentes. A Turquia é um dos principais compradores do Brasil, e  tem uma questão cultural dos abates, há uma exigência; em seguida vem o Egito e o Iraque. “O que vemos para o futuro próximo está mais relacionado ao aumento do volume comprado, como vemos acontecendo com o Egito, por exemplo”, explicou. 

Sobre a rentabilidade, Ana Paula detalha que, se a análise das exportações de gado em pé for feita com foco na contribuição ao Produto Interno Bruto (PIB), o faturamento é pequeno: são US$ 500 milhões dólares ano, o que foi atingido em 2023. “A gente não consegue ver um número representativo como um todo, mas num pico de baixa de preço, por exemplo, quando exportamos esses bovinos, tem um retorno financeiro ao pecuarista muito mais rápido, o que melhora a condição de quem está vendendo”, explicou. 

Entre os gargalos para este tipo de exportação para o ano de 2024, a analista elenca, além dos custos de produção para o gado, as questões logísticas. Os principais compradores do Brasil são do Oriente Médio, e hoje com estes conflitos armados, a analista afirma que é preciso fazer uma rota diferente, o que pode ser desafiador este ano. Podemos perder algum espaço para a Austrália pela questão da distância, para não passar pelo Mar Vermelho. Esse seria o principal desafio para o ano de 2024, a logística, para além dos custos com a alimentação dos animais por causa da quebra de safras de gãos”, finalizou.

Por:

 Letícia Guimarães

Fonte:

 Notícias Agrícolas

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Agricultura

MT representou 15% das exportações do agro do país em janeiro

O estado de Mato Grosso foi responsável por 15,5% de toda exportação do agronegócio brasileiro em janeiro deste ano.

O montante foi US$ 1,81 bilhão, um aumento de cerca de 0,8% em relação ao mesmo período do ano anterior.

No ranking geral do país, o estado mato-grossense ficou atrás apenas de São Paulo, que totalizou no mês US$ 2,22 bilhões em vendas externas, impulsionado pelo setor sucroalcooleiro.  

O levantamento foi realizado com base nas informações do sistema Agrostat, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).  

O setor do agronegócio que mais se destacou nas exportações em Mato Grosso, no mês de janeiro foi o de cereais, farinhas e preparações, que somou em vendas para o exterior US$ 708,42 milhões.

Logo na sequência está o complexo soja, com US$ 555,93 milhões. Outro destaque é o setor de fibras e produtos têxteis, em que o somatório das commodities foi de US$ 328,63 milhões.   

No Centro-Oeste do país, o valor total de exportações foi de quase US$ 3 bilhões. Neste contexto, o ranking é liderado pelas exportações de complexo soja (US$ 936,45 milhões); cereais, farinhas e preparações (US$ 833,01 milhões); carnes (US$ 477,69 milhões) e fibras e produtos têxteis (US$ 346,59 milhões). No total da região, depois de Mato Grosso, os principais exportadores na sequência são: Mato Grosso do Sul (US$ 624,83 milhões); Goiás (US$ 465,72 milhões); e Distrito Federal (US$ 13,24 milhões).  

Em todo o Brasil, as exportações de produtos do agronegócio foram de US$ 11,72 bilhões em janeiro de 2024. Um valor recorde para o histórico do mês, com alta de 14,8%, o que equivale o incremento de US$ 1,51 bilhão em relação a janeiro de 2023.

Exportação em 2023

As exportações brasileiras do agronegócio bateram recorde em 2023, atingindo US$ 166,49 bilhões. A cifra foi 4,8% superior em comparação a 2022, o que representa um aumento de US$ 7,62 bilhões.

Dessa forma, o agronegócio foi responsável por 49% da pauta exportadora total brasileira em 2023. No ano anterior, a participação foi de 47,5%.  

Os setores do agronegócio que mais exportaram foram: complexo soja (US$ 67,25 bilhões); carnes (US$ 23,51 bilhões); complexo sucroalcooleiro (US$ 17,38 bilhões); cereais, farinhas e preparações (US$15,54 bilhões) e produtos florestais (US$14,28 bilhões). Em conjunto, esses setores destacados representaram 82,9% das vendas do setor em 2023. 

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Agricultura

Agro ’empurra’ PIB brasileiro, que cresce 3% em 2023, diz prévia da FGV

A economia brasileira cresceu 3% em 2023, impulsionada pelo forte desempenho do setor agropecuário, de acordo com a prévia do PIB divulgada nesta segunda-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

O setor agropecuário, que representa 6% do PIB do país, teve um salto de 15,8% no ano passado, o que representou 30% do crescimento total do PIB.

soja foi o principal destaque do setor, com um aumento de 25,3% na produção. A região Centro-Sul do país se destacou na produção da oleaginosa.

“Esse contexto mostra forte concentração setorial e regional e evidencia que o crescimento econômico não foi sentido de modo uniforme no país”, pondera a coordenadora da pesquisa, Juliana Trece.

Ainda segundo a pesquisadora, “o efeito do excelente desempenho agropecuário no ano se estendeu para outras atividades econômicas, o que potencializou sua influência na economia”.

Outro fator que contribuiu para o crescimento do PIB foram as exportações, com alta de 9,5% no ano passado. 

O principal destaque foram as vendas para outros países de produtos agropecuários, que cresceram 25,3% no ano. Produtos da indústria extrativa mineral, como minério de ferro e petróleo, também tiveram desempenho expressivo no ano, com alta de 16,7%.

Setores

O setor de serviços apresentou alta de 2,5% em 2023, em um desempenho considerado “crescimento generalizado”. Já a indústria brasileira terminou o ano com alta de 1,4%.

O Monitor do PIB estima que o consumo das famílias cresceu 3,2% no ano passado. Dentro desse segmento, se destacam positivamente os setores de serviços e de produtos não duráveis (itens de consumo imediato ou com pouco tempo de duração). Em valores monetários, o consumo das famílias ficou em R$ 6,9 trilhões, o maior já registrado.


Desaceleração

De acordo com o Ibre, a economia teve desempenho positivo de 0,6% em dezembro ante o mês anterior e de 2,1% em relação a dezembro de 2022. Em janela de tempo trimestral, a atividade econômica no quarto trimestre apresentou alta de 0,1% na comparação com o terceiro trimestre e de 2,3% diante do quatro trimestre de 2022.

De acordo com a coordenadora da pesquisa, Juliana Trece, o último trimestre do ano passado ficou marcado por uma “clara tendência de desaceleração”, porém, segundo ela, o resultado mostra resiliência da economia apesar das fragilidades de um crescimento anual concentrado e bastante influenciado por commodities (matérias primas com preços ditados pelo mercado internacional).


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Pecuária

Brasil e Egito assinam acordo para facilitar exportação de carnes

Brasil e o Egito assinaram nesta terça-feira (13) um acordo que facilita o comércio de carne bovina, suína e de aves entre os dois países.

O “Protocolo de Equivalência dos Sistemas de Inspeção de Carnes”, também conhecido como “pre-listing“, elimina a necessidade de auditorias presenciais por parte das autoridades egípcias para a habilitação de novos estabelecimentos brasileiros exportadores.

Desde 2019, cerca de 30 estabelecimentos brasileiros estavam na “fila de espera” para obterem a habilitação.

“O Egito, um dos seis maiores importadores mundiais de carne bovina do Brasil, e líder na importação de carne de aves do nosso país, demonstra a força e o potencial de crescimento das relações comerciais estabelecidas. Somente no ano passado conquistamos quatro novos mercados no Egito, entre eles o de algodão”, afirmou Roberto Perosa, secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa.

Em 2023, o Brasil exportou para o Egito mais de US$ 1,7 bilhão em produtos, dos quais US$ 384 milhões, correspondentes a 22%, foram em carnes, totalizando mais de 130 mil toneladas exportadas.

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Pecuária

Veja como fica a arroba do boi gordo depois do Carnaval

A última semana terminou com o mercado físico ainda sentindo a pressão baixista imposta pelos frigoríficos e as cotações recuaram em alguns estados do país. Em Goiás houve recuo diário de 1,1%, encerrando a sexta-feira com a arroba do boi gordo cotada a R$ 222,80. A B3 foi no sentindo contrário ao mercado físico, e todos os contratos tiveram ajustes positivos no comparativo diário, com o vencimento para fev/24 ficando precificado a R$239,90/@, com variação de 0,13%.

Para as escalas de abate apesar da indústria resistir em ofertar mais pela arroba, já há sinais de uma melhora no escoamento e logo a necessidade de suprir a demanda pode fazer com que ofertem mais pelo bovino terminado. As programações dos frigoríficos recuaram 1 dia útil na média nacional em relação a semana passada e se estabeleceram em 8 dias úteis.

O mercado físico do boi gordo registrou preços acomodados ao longo da semana. Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, o ambiente de negócios aponta para encurtamento das escalas de abate em várias regiões do país, o que pode levar ao maior apetite de compra na retomada das negociações após o feriado de carnaval.

Para Iglesias, os preços da carne já sinalizaram para recuperação no decorrer desta semana, com espaço para continuidade deste movimento no curto prazo. “Vale destacar que o pecuarista ainda se depara com boa capacidade para retenção neste momento, cadenciando o ritmo das negociações”, pontua.

Os preços a arroba do boi gordo na modalidade a prazo nas principais praças de comercialização do país estavam assim na última sexta-feira o dia 8 de fevereiro:

  • São Paulo (Capital): R$ 239,00
  • Minas Gerais (Uberaba): R$ 240,00
  • Mato Grosso do Sul (Dourados): R$ 231,00
  • Mato Grosso (Cuiabá): R$ 211

Boi no atacado

O mercado atacadista apresentou preços fimes para a carne bovina ao longo da semana. O ambiente de negócios ainda sugere pela continuidade do movimento de alta no decorrer da primeira quinzena do mês, período pautado por maior apelo ao consumo.

A entrada dos salários na economia foi o grande motivador deste movimento, que influenciou positivamente no comportamento de preços de todas as carnes.

De acordo com Iglesias, o quarto traseiro foi precificado a R$ 18,50 por quilo. Enquanto o quarto dianteiro foi cotado a R$ 13,00 por quilo. Ponta de agulha, por sua vez, seguiu cotada a R$ 13,00 por quilo.

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Pecuária

Rússia habilita novos frigoríficos brasileiros a exportar carne bovina; MT está na lista

A Rússia habilitou novos frigoríficos brasileiros para exportar carne bovina e de frango, segundo o comunicado do Serviço Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária do país. De acordo com as informações do Broadcast Agro, a Rússia retirou a suspensão temporária sobre as unidades de carne e aves e subprodutos avícolas da planta da Seara Alimentos, no município de  Forquilhinha/SC.

Dentre as unidades que foram habilitadas a exportar carne bovina estão as unidades do frigorífico da JBS em Confresa/MT e na região de Lins/SP, na qual as vendas estavam suspensas desde 2017. No município de Itapetininga/SP, foi autorizado a unidade da Seara Alimentos para carne de aves. Em Chapecó/SC, o frigorífico da BRF obteve autorização para exportar carnes de aves e gorduras, até então restritas à farinha animal.

Ainda segundo as informações do Broadcast Agro,  as alterações estão válidas desde 23 de janeiro e foram comunicadas à indústria de carnes em 29 de janeiro, segundo as informações do Serviço de Inspeção Federal (SIF) e do órgão sanitário russo.

Em rede social, o adido agrícola da Rússia no Brasil, Andrey Yurkov, destacou que a auditoria realizada pelas autoridades sanitárias russas no Brasil foi concluída em dezembro. Segundo ele, foi a primeira vistoria realizada desde 2015 e passou por seus estados brasileiros e pelo Distrito Federal.  

“A missão russa mais uma vez fortaleceu a relação de confiança entre as autoridades sanitárias do Brasil e da Rússia e reafirmou a importância do papel do Brasil no fornecimento de produtos de origem animal sendo um dos principais fornecedores de carnes para o mercado russo”, escreveu Yorkov.

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Agricultura

Soja: Conab reduz projeção de safra 2023/24 para 149,4 milhões de toneladas

A produção brasileira de soja deverá totalizar 149,4 milhões de toneladas na temporada 2023/24, com recuo de 3,4% na comparação com a temporada anterior, quando foram colhidas 154,6 milhões de toneladas. A projeção faz parte do 5º levantamento de acompanhamento da safra brasileira de grãos, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No relatório anterior, a previsão era de safra de 155,3 milhões de toneladas. Houve um corte de 3,8% entre um mês e outro.

A Conab trabalha com uma área de 45,088 milhões de hectares, com elevação de 2,3% sobre o ano anterior, quando foram cultivados 44,080 milhões de hectares. A produtividade está estimada em 3.314 quilos por hectare. Em 2022/23, o rendimento ficou em 3.507 quilos por hectare, o que representa uma retração de 5,5%.

Se for considerada a expectativa inicial desta temporada, a quebra chega a 7,8%, uma vez que a Conab estimava uma safra de 162 milhões de toneladas. O atraso do início das chuvas nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Matopiba, seguido por chuvas irregulares e mal distribuídas, com registros de períodos de veranicos superiores a 20 dias, além das altas temperaturas, estão refletindo negativamente no desempenho das lavouras.

Com a atualização na estimativa produção da soja, as exportações também devem ser reduzidas em 4,29 milhões de toneladas, saindo de 98,45 milhões de toneladas para 94,16 milhões de toneladas.

Além disso, a Companhia realizou ajuste estatístico na quantidade da oleaginosa esmagada, totalizando aproximadamente 53,36 milhões de toneladas. Cabe registrar que as perdas da soja no Brasil estão sendo compensadas pela recuperação da safra argentina, semelhante ao ocorrido no Rio Grande do Sul.