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Conab espera produção recorde de 320,06 mi/t para safra brasileira 2022/23

A produção brasileira de grãos na safra 2022/23 deve atingir 320,06 milhões de toneladas, um incremento de 17,4% em comparação com o ciclo anterior 2021/22, ou 47,4 milhões de toneladas a mais. Os dados estão no 11º Levantamento da Safra de Grãos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta quinta-feira (10).

Conforme comunicado da estatal, esse resultado é reflexo da combinação dos ganhos de área e de produtividade das lavouras. Enquanto a área apresenta uma alta de 5% em relação à safra 2021/22, alcançando 78,3 milhões de hectares, a produtividade média registra uma elevação de 11,8%, saindo de 3.656 quilos por hectare para 4.086 kg/ha.

O presidente da Conab, Edegar Pretto, disse na nota que o volume de 320,1 milhões de toneladas se deve, principalmente, “ao avanço da colheita do milho segunda safra que vem apresentando produtividades superiores às inicialmente previstas, aliado ao melhor desempenho das culturas ainda em campo. Portanto, reforça o recorde da safra brasileira de grãos”.

A colheita do milho segunda safra continua avançando e ultrapassa 64,3% da área plantada. Se confirmado, o volume estimado para a segunda safra de milho ultrapassa 100 milhões de toneladas, a maior produção já registrada na série histórica, disse a Conab.

Para a terceira safra, embora existam registros de pontos de estiagem em Alagoas e no nordeste da Bahia, as chuvas regulares, de modo geral, favorecem o bom desenvolvimento das lavouras. Com o bom desempenho, a colheita total do cereal está projetada em aproximadamente 130 milhões de toneladas, 16,8 milhões de toneladas a mais do que na temporada passada.algodão colheita foto pedro silvestre canal rural mato grosso1

Foto: Pedro Silvestre/Canal Rural Mato Grosso

Para o algodão, a Conab prevê uma produção de 7,4 milhões de t para o produto em caroço, o equivalente a 3 milhões de toneladas de pluma. A colheita, iniciada em junho, fechou em julho com cerca de 30%, um atraso em relação à safra anterior, quando no mesmo período atingia 49,3%. As condições climáticas vêm favorecendo as lavouras, que apresentam um bom desenvolvimento.

Já o feijão deve ter uma colheita 2,6% superior ao resultado obtido no ciclo 2021/22, estimada em 3,07 milhões de toneladas. Na terceira safra, as condições climáticas vêm favorecendo o desenvolvimento das lavouras, onde prevalecem os estádios de floração, enchimento de grãos e maturação.feijão

Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Produtos da safra de verão, soja e arroz têm produção estimada em 154,6 milhões de toneladas e 10,03 milhões de toneladas, respectivamente. No caso da oleaginosa, destaques para Mato Grosso, maior produtor do grão no País, com 45,6 milhões de toneladas, e para a Bahia, Estado com a com a maior produtividade com 4.020 kg/ha, resultado do bom pacote tecnológico e condições climáticas extremamente favoráveis. Para o arroz, mesmo com o clima mais favorável, a redução observada na produção se deve ao plantio de uma área 8,5% inferior.

Dentre os produtos de inverno, a semeadura das culturas foi praticamente finalizada em julho, informa a estatal. Principal cultura cultivada, o trigo registra um crescimento na área plantada de 11,2%, chegando a 3,4 milhões de hectares. Com isso, a produção está estimada em 10,4 milhões de toneladas, volume semelhante ao obtido na safra anterior.

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Mato Grosso comercializa 83,59% da safra 2022/23 de soja

Mato Grosso comercializou 83,59% das 45,316 milhões de toneladas de soja produzidas na safra 2022/23 até o final de julho. A informação é do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), que destaca ainda uma valorização de 3,02% no preço da saca de 60 quilos ante junho.

Os números constam o relatório de comercialização da soja, divulgados nesta segunda-feira (7). Na variação mensal as vendas da oleaginosa avançou 4,09 pontos percentuais. Contudo, ao se comparar com o ciclo 2021/22 estão atrasadas ante os 85,86% do período em 2022 e dos 90,61% da média histórica dos últimos cinco anos.

“No que se refere ao preço médio, o valor da soja no mês apresentou aumento de 3,02% ante a junho, ficando precificado em R$ 113,35 a saca, pautado pela alta nos preços da oleaginosa em Chicago”.

O valor médio verificado em julho deste ano é, inclusive, abaixo dos R$ 162,92 verificados no mês em 2022.

Negociações da safra 2023/24 chegam a 21,11%
Em relação à safra 2023/24, segundo o Imea, Mato Grosso comercializou 21,11% da produção de 43 milhões de toneladas previstas. Um avanço mensal de 4,76 pontos percentuais pautado pela melhora nos preços da soja e a aproximação da semeadura da oleaginosa, devido à necessidade em travar os custos de produção.

Subprodutos da soja têm alta de preço em Mato Grosso
“No entanto, o ritmo das vendas está atrasado 4,40 pontos percentuais ante ao observado no mesmo período do ano passado. No que tange ao preço médio em julho da safra 2023/24, esse fechou em R$ 105,41 a saca no estado, alta de 3,27% no comparativo mensal”, frisa o instituto.

Vale ressaltar que o preço médio visto em julho do ano passado era de R$ 152,03 a saca durante a comercialização antecipada da safra 2022/23, como destacado na época pelo Imea.

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Após 25 anos, Brasil destrona a Argentina e lidera em farelo de soja

O Brasil superou a Argentina como o maior exportador global de farelo de soja pela primeira vez desde a temporada 1997/98, informou a Bolsa de Comércio de Rosário (BCR).

As exportações do subproduto brasileiro cresceram quase 7% até o momento deste ano. Assim, espera-se um impulso nos embarques.

Já a Argentina está sendo prejudicada pelos efeitos da seca do último verão, com uma redução de 12% em suas exportações de óleo de soja, com um nível menor do que o mostrado pelo farelo.

“Julho de 2023 encerra como o mês mais baixo de toda a série histórica de comercialização de soja (que começa em janeiro de 2017). As compras de soja em julho passado caíram 74% em comparação com o mesmo mês do ano anterior. Além disso, 6 dos últimos 7 meses deste ano mostram o menor nível de comercialização de soja para cada mês do ano”, afirma a BCR em comunicado.

Embarques da soja em grão

As exportações de soja em grão do Brasil renderam US$ 699,678 milhões em agosto (4 dias úteis), com média diária de US$ 174,92 milhões, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex).

A quantidade total exportada pelo país no período chegou a 1,426 milhão de toneladas, com média diária de 356,435 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 490,70.

Na comparação com agosto de 2022, houve alta de 7,8% na receita média diária e de 37,9% no volume. Já o preço caiu 21,8% entre um ano e outro.

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Receita com as exportações da agropecuária foi a única que cresceu no Brasil, em 2023


A receita com as exportações da agropecuária foi a única que cresceu no Brasil, em 2023, quando se consideram os valores acumulados entre janeiro e julho. Nesse período, o faturamento do setor no com o mercado internacional fechou em quase US$ 50 bilhões. Ou seja: 6% maior, em comparação ao mesmo intervalo de 2022.

Enquanto a cifra com as exportações da agropecuária teve o incremento de quase US$ 3 bilhões, as receitas dos embarques das indústrias de extração e transformação perderam por volta de US$ 1,5 bilhão e quase US$ 1 bilhão. É o que mostram os dados preliminares da balança comercial brasileira.


O governo federal divulgou os resultados na terça-feira 1º. De acordo com os dados, o faturamento do segmento de extração caiu 4%. A indústria de transformação, por sua vez, encolheu 1%. Porém alguns nichos delas ligados à agropecuária registraram crescimento.

Indústria de transformação, agropecuária e exportações

O agronegócio não se resume apenas às atividades de cultivo de plantas e criação de animais. Na indústria de transformação, por exemplo, vários segmentos têm como matéria-prima principal os produtos com origem no campo. Dois deles foram os que conseguiram as maiores cifras para o setor industrial no mercado externo — e seguem crescendo.

No topo do ranking de vendas, aparece o segmento de farelos de soja e outros alimentos para animais, com o faturamento de US$ 7,2 bilhões. O resultado equivale ao crescimento de 11%. A segunda posição é da indústria de açúcares e melaços: US$ 6,8 bilhões, 37% mais que em igual período em 2023.

Além disso, os frigoríficos de frango também incrementaram a receita com mercado externo. O faturamento de janeiro a julho fechou em US$ 5,5 bilhões. Essa cifra garantiu a quarta posição no ranking nacional de ganhos industriais com o comércio inter-racial, além de representar um crescimento de 7% sobre igual período do ano passado.

Outro grande segmento que merece destaque é a indústria de papel e celulose. Esse ramo, que também é ligado à agropecuária, faturou quase US$ 5 bilhões com exportações nos primeiros sete meses do ano, o que equivale a um crescimento de quase 8%.

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Agricultura

Agropecuária tem o 5º mês seguido com recorde de exportações


O Brasil faturou US$ 6,8 bilhões com as exportações da agropecuária em julho. A cifra é um recorde para o mês, de acordo com os dados preliminares da balança comercial.

Além disso, os registros de exportações mostram que o Brasil entrou no quinto mês seguido batendo recorde mensal de receita com a agropecuária. E o faturamento acumulado de janeiro a julho fechou em US$ 50 bilhões — a maior cifra já registrada para esse setor no país, durante esse intervalo.


Destaques nas exportações da agropecuária

A soja segue como carro-chefe. Foram US$ 4,9 bilhões no mês julho e US$ 38 bilhões no acumulado do ano, até o momento. Na segunda posição está o milho, uma cultura que, geralmente, é cultivada de modo alternado com a soja.

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Agronegócio responde por 27% do estoque de empregos do Brasil

No primeiro trimestre de 2023, o agronegócio registrou a participação de 28,1 milhões de pessoas em atividades relacionadas ao campo, o maior contingente de trabalhadores desde 2012.

A informação é da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que lançou o boletim “Mercado de Trabalho do Agronegócio Brasileiro”, uma publicação inédita feita em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para analisar a população ocupada no setor a cada trimestre e a evolução do “estoque de empregos”, comparando com a série histórica já feita pelo Cepea desde 2012.

Apesar do aumento no número absoluto de trabalhadores, o agronegócio vem perdendo participação no total da força de trabalho do país, caindo de 29,2% em 2012 para 27% no ano atual.

O boletim analisa a conjuntura e estrutura do mercado de trabalho no agronegócio brasileiro, abordando os segmentos: insumos, produção primária, agroindústria e agrosserviços.

No 1º trimestre de 2023, o setor registrou 290,4 mil trabalhadores, aumento de 1% em relação ao 4º trimestre de 2022 e 0,9% em relação ao 1º tri/2022.

O destaque foi para o setor de agrosserviços, com crescimento de 6,7%.

A publicação também monitora o número de trabalhadores com produção própria, contando atualmente com 5,3 milhões de pessoas.

O perfil de mão de obra mostra crescimento de 6,1% de empregados com carteira assinada em relação ao 1º trimestre de 2022 e alta de 2,1% em comparação ao 4º trimestre de 2022.

No segmento feminino, houve aumento de 1,3% em relação a 2022 e 0,8% em relação ao último trimestre de 2022.

O salário médio no agronegócio registrou um aumento de 5,9% no período analisado, ligeiramente acima da média nacional. Os setores de insumo e dentro da porteira apresentaram os maiores reajustes salariais.

A pesquisa utilizou principalmente dados da Pnad-Contínua do IBGE e empregou metodologias próprias para identificar as atividades relacionadas ao agronegócio.

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Agricultura

Como rápida ascensão do Brasil pode desbancar EUA como maior exportador de milho do mundo

Nas planícies dos Estados Unidos conhecidas como Cinturão do Milho, os agricultores passam seus dias e noites nutrindo, cuidando e rezando pelo bem-estar desse alimento comum, mas globalmente significativo.

Scott Haerr, que colhe mais de 1,6 mil hectares todos os anos (uma área que corresponde mais de 1,5 mil campos de futebol), é um deles.

Dentro de um enorme silo em sua fazenda no oeste de Ohio, o agricultor de terceira geração examina os grãos de milho da colheita do ano passado.

“É um milho muito bom”, diz ele, peneirando um punhado.

O aumento dos preços de fertilizantes e combustíveis fez com que o número de hectares plantados caísse significativamente em relação a 2021.

Além disso, uma seca nas planícies ocidentais alimentou um aumento no preço do milho americano no mercado internacional.

“Tivemos uma safra reduzida por causa do clima e o rio Mississippi secando no outono passado e no início do inverno, o que retardou muito nossas exportações”, diz Haerr.

“Por causa disso, o preço do milho subiu, o que nos tornou menos competitivos.”

Scott Haerr, um homem branco, com cabelos grisalhos, usa blusa azul de manga curta e está em frente a uma plantação de milho
Legenda da foto,Os custos crescentes de máquinas, sementes e terras agrícolas tiveram um grande impacto em agricultores como Scott Haerr

O trabalho árduo e a experiência tecnológica dos agricultores americanos cimentaram seu lugar no topo das exportações de milho.

Todos os anos, dezenas de milhões de toneladas são enviadas dos EUA para mais de 60 países em todo o mundo.

Mas seu status de superpotência do milho pode estar chegando ao fim.

Os compradores na China – país que é o maior importador mundial de milho – estão cancelando pedidos dos Estados Unidos, em grande parte porque existem alternativas mais baratas em outros lugares.

Em janeiro, as vendas de milho dos Estados Unidos para a China ficaram 70% abaixo dos níveis dos anos anteriores.

E em maio, a China começou a comprar milho sul-africano pela primeira vez. É uma tendência preocupante para os agricultores dos EUA.

De fato, depois de décadas no topo, está prestes a ser ultrapassado como o maior exportador mundial da safra – e o Brasil está na briga para tomar sua posição.

A ascensão do Brasil

Homem caminha ao longo do caminho no campo de milho envolto na bandeira do Brasil.

Em análise divulgada no site da Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP), o professor Lucílio Alves aponta que o Brasil deve embarcar volume de milho equivalente ao dos Estados Unidos na safra de 2022/23.

Serão 51 milhões de toneladas entre outubro de 2022 e setembro de 2023, segundo estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos divulgadas em fevereiro.

“Esse cenário pode ser verificado pela primeira vez para os exportadores brasileiros”, apontou Alves.

Nos Estados Unidos, não é apenas a China que está se distanciando do milho produzido no país.

As exportações para todos os países, exceto a China, estavam em seu segundo menor nível em duas décadas, conforme noticiou a agência Reuters.

O México, que compra cerca de US$ 5 bilhões (R$ 24,6 bilhões) em milho dos Estados Unidos todos os anos, está se preparando para limitar as importações da variedade geneticamente modificada, uma grande quantidade da qual vem de seu vizinho do norte.

Enquanto isso, no Brasil, agricultores têm convertido faixas de terra agrícola de pastagens para campos de milho nos últimos anos, dizem especialistas.

A vantagem adicional do Brasil é que seus agricultores podem colher não só uma, mas duas safras de milho por ano.

“No ano passado, em particular, eles tinham muito mais estoques exportáveis ​​do que nós aqui nos Estados Unidos”, diz Frayne Olson, economista agrícola da North Dakota State University.

“A tendência de longo prazo é que o Brasil está aumentando sua produção de milho, está se tornando um ator muito mais dominante.”

A análise de Lucílio Alves, do Cepea/USP, aponta que o Brasil pode superar os Estados Unidos como maior exportador de milho do mundo, no Brasil, o aumento das exportações resultam de um superávit interno da produção estimado em cerca de 55 milhões de toneladas tanto para as safras 2021/22 quanto para 2022/23, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

A China vem aumentando significativamente suas encomendas de milho brasileiro.

Os dois países também firmaram uma série de acordos que permitirão que mais milho seja embarcado do Brasil para a China.

O movimento da China para diversificar as importações de alimentos provavelmente é estimulado por uma combinação de fatores, de acordo com Harry Murphy Cruise, economista da Moody’s Analytics focado no país asiático.

China x EUA

Além da questão do preço, o aumento das tensões entre os Estados Unidos e a China está levando Pequim a diversificar rapidamente caso a situação se deteriore ainda mais.

“O comércio é uma ferramenta fundamental no arsenal de todos os formuladores de políticas”, disse ele.

“Existe a possibilidade de que a China esteja usando o comércio como uma forma de coerção econômica.”

Cruise disse que batalhas sobre produtos como semicondutores, eletrônicos e baterias não são os únicos exemplos de como a China mudou sua relação comercial com os Estados Unidos.

“É mais amplo do que isso”, diz Cruise, observando que a China está procurando mitigar riscos e fortalecer as cadeias de suprimentos de bens essenciais.

“Alimentos e rações para o gado são críticos.”

Nos Estados Unidos, os preços do milho estão altos por muitos dos mesmos motivos pelos quais a maioria dos outros produtos e serviços são caros hoje: inflação.

Para os agricultores, os custos crescentes de maquinário, sementes e terras agrícolas prejudicaram seus resultados.

“Quando você olha para o maior diferencial no custo de produção de milho nos EUA em relação ao Brasil, África do Sul ou Argentina, provavelmente é a terra”, diz Frayne Olson.

O preço por acre de terra em Iowa, o maior estado produtor de milho dos EUA, aumentou 29% em 2021 e mais 17% em 2022, o maior já registrado. Em Illinois, o segundo maior produtor de milho, o aluguel da terra atingiu preços recordes no ano passado.

Economistas dizem, porém, que a ascensão do Brasil não deve ter grande impacto no dia a dia dos americanos – a agricultura não tem o mesmo peso econômico de décadas atrás.

“A agricultura é importante – o abastecimento de alimentos é crítico – mas não é uma grande parte de toda a economia”, diz Olson.

O agricultor Scott Haerr, por sua vez, diz que não planeja reduzir o número de hectares de milho que planta, já que o custo de fertilizantes e combustível diminuiu em relação às altas do ano passado.

“Mas estamos prontos para pivotar, se precisarmos”, diz ele. Ele acredita que há pouco a ser feito para impedir a rápida ascensão do Brasil, mas isso não significa que os agricultores americanos estejam fora do jogo de exportação.

“A Indonésia não está importando milho no momento, mas seu potencial de crescimento para o etanol (produzido a partir do milho) é enorme”, diz ele. No início deste ano, ele e outros produtores de milho de Ohio visitaram os países do Sudeste Asiático para ouvir em primeira mão o que os compradores querem.

“Precisamos ter certeza de que estamos tentando desenvolver novos mercados”, diz ele.

*Com reportagem de Stephen Starr em Clark County, Ohio, e Derek Cai, da BBC, em Cingapura.

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Agricultura Pecuária

MT foi o Estado que mais gerou empregos no 1° semestre; Agro é destaque

Mato Grosso foi o Estado que mais gerou novos empregos, proporcionalmente ao número da população, no primeiro semestre de 2023: com 3,6 milhões de habitantes, foram 10,6 mil novos empregos com carteira assinada nesse período.

O número de novos postos de trabalho gerados em Mato Grosso supera todos os Estados da região Sul juntos (Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul), os três maiores do Nordeste (Bahia, Pernambuco e Ceará), e fica atrás somente dos três Estados mais populosos do país: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Com uma população de 44,4 milhões de habitantes, o Estado de São Paulo gerou 36,4 mil novos empregos formais de janeiro a junho de 2023. Minas Gerais tem 20,5 milhões de habitantes e contratou 25,5 mil trabalhadores. 

Conforme o Observatório do Desenvolvimento da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), as proporções de vagas de emprego pela quantidade de habitantes dos Estados são 0,29% em Mato Grosso, 0,12% em Minas Gerais, 0,08% em São Paulo e no Rio de Janeiro. Os dados se baseiam no  Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de junho, divulgado na última semana pelo Ministério do Trabalho e Emprego, além dos dados populacionais do Censo 2022 do IBGE.

Para o governador Mauro Mendes, a alta geração de empregos em Mato Grosso encontra um novo desafio: ter mão de obra disponível e qualificada para tantas vagas de emprego abertas.

“Nos últimos anos, essa notícia tem se tornado frequente. Estamos sempre na liderança em geração de emprego e a nossa maior dificuldade é encontrar mão de obra para tantas oportunidades. Hoje temos um Governo forte, que reduz impostos, concede incentivos fiscais, emite licenças com rapidez e traz um ambiente favorável para investimentos privados, além de tocar milhares de obras e ações em todo o estado. Isso tem criado milhares de empregos e oportunidades, e essa notícia prova que estamos no caminho certo”, afirma.

O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, César Miranda, diz que todo o cenário econômico criado pelo Governo de Mato Grosso, atraindo investimentos, dando mais segurança jurídica aos investidores, combate ao desmatamento ilegal, incentivo de práticas de produção associada a sustentabilidade, além dos investimentos em infraestrutura, educação com reformas nas escolas e melhoria no ensino, e na saúde pública são fundamentais para instalação de indústrias e a abertura de novas empresas.

“A escola para o filho, acesso a saúde, estradas boas tudo isso é levado em conta para uma pessoa mudar de cidade e se instalar no interior, por exemplo. Os empresários também analisam essa situação para fazer os investimentos. O Governo do Estado pavimentou no passado o que está acontecendo agora”, avalia.

Setores que mais empregaram

Com a safra recorde de grãos de Mato Grosso em torno de 100 milhões de toneladas no ano agrícola 2022/2023, o setor da agropecuária surge como o maior empregador do Estado. Dos 10,6 mil novos empregos, 4,7 mil foram absorvidos pelo setor, que é a base econômica do Estado.

Na sequência aparece o setor de Serviços, que empregou 2,5 mil trabalhadores no primeiro semestre. Depois aparece a indústria, com a contratação de 1.178 pessoas, comércio (1.150) e a construção civil (1.038).

Entre os contratados, 9.186 são homens e 1.494 são mulheres. São pessoas, em sua maioria, com o ensino médio completo, e idade de 18 a 24 anos.

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Agricultura

Produção de grãos do Brasil vai crescer 24% em 10 anos

Até a safra de 2033, a produção de grãos do Brasil deve crescer 24%. Com o incremento, a colheita atingirá 390 milhões de toneladas, de acordo com o relatório Projeções do Agronegócio, elaborado pelo Ministério da Agricultura.

O extra representa um acréscimo de 75 milhões de toneladas. Essa quantidade equivale a quase toda a produção de grãos do Sul do Brasil prevista para 2023, a Região com a segunda maior safra desse segmento no país. “Esse acréscimo corresponde a uma taxa de crescimento de 2,4% ao ano”, de acordo com a pasta.


A área ocupada por esse tipo de cultura no país deve saltar dos atuais 77 mil hectares para 92 mil hectares. Assim, o espaço dedicado às lavouras vai crescer por volta de 20%.

Produção dos principais grãos do Brasil

Pelas projeções do Ministério, a soja seguirá na liderança do setor. A estimativa da colheita de 2023 do grão ficou em 186 milhões de toneladas. Ou seja, praticamente metade da colheita. O consumo nacional deve subir de 22 milhões de toneladas para 61 milhões de toneladas.

Além disso, o órgão estima que a exportação brasileira da cultura deve chegar a 121 milhões de toneladas em 2023. Essa quantidade equivale a cerca de 60% de todo o comércio entre países estimado para aquele ano.

Entre as principais colheitas, o Mapa também cita o crescimento da colheita de milho. Atualmente, é a segunda cultura de maior volume no país. Essa safra deve sair de 125 milhões de toneladas para 160 milhões de toneladas.

Tanto o milho quanto a soja, são amplamente utilizados pela indústria. Além de ser um insumo importante, eles servem como matéria-prima para a nutrição de alimentos e a fabricação de biocombustíveis.

Com a produção extra, as exportação de grãos de milho deve passar das atuais 48 milhões de toneladas para 66 milhões de toneladas. E o consumo interno deve chegar a 100 milhões de toneladas.

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Agricultura Pecuária

Mato Grosso ultrapassa SP e RJ e é o estado com maior PIB per capita

Mato Grosso é o estado que mais viu seu Produto Interno Bruto (PIB) crescer entre 1985 e 2020. Foram 3,51%, o maior índice entre todas as unidades da Federação. Para se ter uma ideia, o estado de São Paulo, mais rico do país, é o antepenúltimo na lista com saldo negativo de -0,18%. O segundo colocado é o Piauí, com 2,27%, e o último colocado é o Distrito Federal, com 0,26%.

O cenário revela que as economias de grandes centros, como São Paulo e Rio de Janeiro, estão estagnadas há cerca de 35 anos. São duas gerações de baixo crescimento ou mesmo crescimento negativo. Os dados são da Ipeadata e foram compilados pelo blog Valor Adicionado.

Blog Valor Adicionadocrescimento do pib per capita 1985-2020

Além disso, os números revelam que Mato Grosso ultrapassou os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, no que diz respeito à evolução do PIB per capita. Isso acontece por volta de 2019, conforme o gráfico abaixo. 

Blog Valor Adicionadoagro e industria evolução pib per capita

Conforme os números, em 1985, São Paulo tinha um PIB per capita 3,5 vezes maior que o de Mato Grosso. Em 2020, Mato Grosso aparece à frente, mais que triplicando o seu PIB per capita, e deixando São Paulo e Rio de Janeiro para trás.

Esse resultado é consequência da desindustrialização do país nas últimas décadas, combinada com o exponencial crescimento do agronegócio no mesmo período. Atualmente, Mato Grosso é o maior produtor de grãos do Brasil. Se fosse um país, o estado seria o terceiro maior produtor de soja do mundo.

Além disso, Mato Grosso apresenta o maior Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) do país. O valor estimado para o estado em 2023 é de R$ 204,4 bilhões, número que representa 16,4% da receita nacional, estimada em R$ 1,249 trilhão.