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China aprova 38 frigoríficos brasileiros para exportação de carne; 6 em MT

A China anunciou a habilitação de 38 frigoríficos brasileiros para exportar carne bovina, de aves e suína para lá. Esse é o maior número de plantas autorizadas de uma só vez na história.

São 24 plantas produtoras de carne bovina, nove de carne de aves e um estabelecimento de carne bovina termoprocessada. Também foram habilitados quatro entrepostos, sendo um de carne bovina, dois de frango e um de suínos.

A previsão do governo brasileiro é que as novas habilitações gerem R$ 10 bilhões adicionais à balança comercial.

Em dezembro de 2023, auditores chineses visitaram 18 frigoríficos brasileiros para inspeção, sendo que três unidades já eram habilitadas. Já em janeiro, outras 29 plantas foram auditadas por videoconferência. Das 44 empresas inspecionadas, 38 receberam autorização para exportar. As demais não foram avalizadas por falta alguns documentos, apurou a reportagem.

A planta da Seara em Itajaí (SC) foi habilitada para a exportação de dois tipos de produtos, aves e suínos, e por isso é contabilizada duas vezes. A JBS foi a empresa com mais habilitações obtidas para exportar carne para a China nesta nova rodada de aprovações, com dez novas plantas habilitadas.

Ainda entre as gigantes do setor, a Minerva conseguiu habilitação para duas de suas unidades, uma em Janaúba (MG) e outra em Araguaína (TO). A Marfrig teve sua planta de Bataguassu (MS) habilitada pelos chineses, que é uma das maiores unidades da companhia. A BRF, controlada pela Marfrig, conseguiu aprovação da China para o embarque de aves pela unidade de Chapecó (SC).

Na carta que enviou ao governo brasileiro, a China diz que “a fim de promover o registro de empresas brasileiras de carne na China e continuar a fortalecer a cooperação na área de importação e exportação de segurança alimentar entre a China e o Brasil, com a estreita cooperação entre as duas partes, a China concluiu recentemente a revisão de 44 empresas de carne recomendado pelo Brasil e aprovado na análise do documento”.

Em 2024, Brasil e China celebram 50 anos de relações diplomáticas. O mercado chinês é o principal destino das exportações brasileiras de carne bovina, suína e de frango.

Antes dessas autorizações, o Brasil tinha 106 plantas habilitadas para a China: 47 de aves, 41 de bovinos, 17 de suínos e 1 de asininos. Agora, são mais 24 plantas produtoras de carne bovina, nove de carne de aves e um estabelecimento de carne bovina termoprocessada. Também foram habilitados quatro entrepostos, sendo um de carne bovina, dois de frango e um de suínos. São 144 unidades no total.

Recentemente, a China retirou a medida antidumping que era aplicada desde 2019 às exportações brasileiras de carne de frango. O mecanismo sobretaxava os negócios entre 17,8% e 34,2% conforme a empresa exportadora.

Novo marco entre os países

O anúncio da habilitação de 38 novos frigoríficos para exportar carnes para a China significa um marco na relação bilateral entre os dois países.

Setor comemora

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) comemorou o anúncio da habilitação de novas unidades frigoríficas de carne de frango e entrepostos frigoríficos para exportar para a China.

Veja a lista dos frigoríficos habilitados:

Bovinos

JBS – Santana do Araguaína (PA)
JBS – Naviraí (MS)
JBS – Confresa (MT)
JBS – Alta Floresta (MT)
JBS – Marabá (PA)
JBS – Campo Grande (MS) – SIF 4400
JBS – Campo Grande (MS) – SIF 1662
JBS – Pimenta Bueno (RO)
JBS – Diamantino (MT)
JBS – Pontes e Lacerda (MT)
Minerva – Araguaína (TO)
Minerva – Janaúba (MG)
Marfrig – Bataguassu (MS)
Beauvallet Goiás Alimentos – Inhunmas (GO)
Prima Foods – Cassilândia (MS)
Prima Foods – Santa Fé de Goiás (GO)
Mercúrio Alimentos – Xinguara (PA)
Frigorífico Tavares da Silva – FTS – Xinguara (PA)
Better Beef – Rancharia (SP)
Boa Carne – Colider (MT)
Boibras – São Gabriel do Oeste (MS)
Distriboi – Ji-Paraná (RO)
Pantaneira – Várzea Grande (MT)
Frigorífico Rio Machado – Ji-Paraná (RO)
Pampeano – Hulha Negra (RS)

Aves

Seara – Santo Inácio (PR)
Aurora – Guatambú (SC)
BRF – Chapecó (SC)
Dip Frangos – Capanema (PR)
Jaguafrangos – Jaguapitã (PR)
Avenorte – Cianorte (PR)
Cooperativa Languiru – Westfalia (RS)
Plusval – Umuarama (PR)

Entreposto de produtos de origem animal

Seara – Itajaí (SC) – aves e suínos
Aurora – Itajaí (SC)
Cotriguaçu – Cascavel (PR)
Martini Meat – Rio Grande (RS)

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Aumento da demanda chinesa impulsionará exportações brasileiras de carne em 2024, aponta estudo

O Brasil, maior exportador mundial de carne, aumentará ainda mais os embarques do produto para o exterior em 2024, graças ao aumento da demanda da China e a uma ampla oferta de carne bovina e de frango, segundo um estudo do banco Robabank.

No mercado de suínos, a oferta de animais crescerá menos, mas o aumento de restrições em países concorrentes deve estimular a busca pela proteína do Brasil.

O estudo previu que as vendas brasileiras de carne bovina ao mercado externo crescerão de 2% a 3% no próximo ano, estimuladas pela China. De janeiro a novembro deste ano, o Brasil exportou 2,3 milhões de toneladas, segundo a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo).

Nos cálculos do Rabobank, o volume total das importações chinesas da proteína crescerá de 6% a 7% em relação a 2023, ou o equivalente a 200 mil toneladas.

Para o analista do Rabobank, Wagner Yanaguizawa, “isso deverá favorecer diretamente o Brasil, que já é o maior exportador para a China”.

Os brasileiros respondem hoje por 41% de toda a carne bovina que os chineses importam. Além de aumento do volume, também existe a expectativa de que os importadores chineses paguem um pouco mais pela tonelada do produto.

O presidente da Abrafrigo, Paulo Mustefaga, previu que o volume dos embarques de carne bovina deve fechar 2023 com aumento de 4% a 5%, embora a receita possa cair cerca de 20%, ainda pressionada pela baixa dos preços da tonelada exportada.

“Já para o ano que vem, acredito que há espaço para reação, sim, no preço que a China paga. Tudo depende da recuperação econômica deles, que parece estar melhorando”, afirmou Mustefaga.

Não obstante, o Rabobank afirma que os exportadores não devem esperar que os valores retornem ao patamar do período entre 2021 e 2022, quando a tonelada passou de US$ 7 mil, mas que há potencial para ela superar os US$ 5 mil pagos atualmente por tonelada.

Para o presidente da Abrafrigo, a diminuição da oferta de carne bovina nos Estados Unidos, em decorrência do ciclo de baixa do número de animais disponíveis para abate, torna o Brasil mais competitivo.

Há a possibilidade de o país ampliar suas vendas aos norte-americanos, para complementar a produção nos EUA, assim como existem chances de os brasileiros suprirem mercados que os americanos eventualmente deixem de atender.

Além disso, as perspectivas para os setores de aves e suínos, também são otimistas. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) estima que as exportações de carne suína tendem a chegar a 1,3 milhão de toneladas em 2024, um aumento de 6,6% em relação ao volume projetado para este ano, de 1,22 milhão de toneladas.

As vendas de carne de frango ao exterior devem somar entre 5,2 e 5,3 milhões de toneladas em 2024, 3,9% a mais do que este ano, quando, segundo a Associação, ficaram entre 5,05 e 5,15 milhões de toneladas.

De acordo com a ABPA, o pico de migrações de aves para o Brasil passou, o que tende a frear o surgimento de novos surtos de gripe aviária da cepa H5N1 no país. A ordem no setor, porém, é continuar com as práticas de prevenção adotadas nos últimos meses, que garantiram a biossegurança e mercados abertos ao Brasil em todo o mundo.

“A influenza (aviária) pode ter papel ainda mais ativo no Hemisfério Norte com a chegada do inverno, e o Brasil pode ser chamado ainda mais para prover (frango)”, ressaltou o presidente da ABPA, Ricardo Santin.