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Pecuária

Colheita recorde de soja no Brasil impulsiona produção mundial em 2022/23

O ano agrícola de 2022/23 testemunhou uma safra recorde de soja no Brasil, contribuindo significativamente para a produção mundial, conforme destacado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Apesar de um período de colheita mais prolongado e desafios enfrentados durante a coleta, a produtividade no Brasil alcançou patamares expressivos.

Pesquisadores do Cepea observaram que o notável avanço na colheita brasileira compensou as menores ofertas provenientes dos Estados Unidos e da Argentina. Essa contribuição brasileira foi fundamental para assegurar uma produção global recorde de soja na safra 2022/23, atingindo a marca de 374,39 milhões de toneladas, conforme dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

O impacto do desempenho na produção global refletiu nas cotações da soja ao longo do ano, pressionando para baixo em comparação com o ano anterior. A abundância na oferta mundial, impulsionada principalmente pelo desempenho excepcional da colheita brasileira, teve influência direta nos preços da commodity.

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Agricultura

Mapa estuda medidas diante registro de produtividade de 10 sc/ha de soja em MT

Medidas que visam auxiliar os produtores de soja em Mato Grosso diante da baixa produtividade neste início de colheita da safra 2023/24 serão estudadas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária(Mapa). A informação é do ministro Carlos Fávaro. No estado, em algumas propriedades, a colheita da oleaginosa iniciou cerca de 30 dias antes do previsto e a produtividade média registrada segundo relatos é entre 10 e 20 sacas por hectare.

O clima seco e a ausência de chuvas regulares, provocados pelo efeito do fenômeno El Niño, em Mato Grosso não só atrasou os trabalhos de semeadura da soja, como também reduziu o ciclo de maturação da cultura.

Como o Canal Rural Mato Grosso já comentou, há registros de colheita da soja 2023/24 desde meados do mês de novembro. O início dos trabalhos de retirada dos grãos das lavouras no estado costuma ocorrer entre os dias 20 e 31 de dezembro, dependendo da região produtora.

Em vídeo, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, classifica a situação vista em Mato Grosso como “grave” e “muito preocupante”.

“Vamos imediatamente chamar as nossas equipes técnicas e iniciar os debates e trabalhos com as autoridades mato-grossenses e com os produtores para que possamos tomar medidas excepcionais. Um momento de excepcionalidade reque excepcionalidade. E, é isso que vamos estar fazendo para minimizar os impactos a esses produtores e para a economia do estado”.

Auxílio para outros estados

Ainda de acordo com o ministro Carlos Fávaro, a pasta está atenta aos demais estados diante as suas situações climáticas.

“É determinação do presidente Lula para não deixar os nossos produtores passar por maiores dificuldades em função das mudanças climáticas”, salienta o ministro.

Autorização de plantio da soja até janeiro

Na última semana o Mapa e o Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT) autorizaram a prolongação do plantio de soja em Mato Grosso até o dia 13 de janeiro de 2024. A decisão atende a um pedido do setor produtivo do estado diante das adversidades climáticas causadas pelo El Niño.

A semeadura da oleaginosa no estado encerraria no próximo dia 24 de dezembro.

Levantamento realizado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), divulgado no começo de dezembro, aponta para a safra 2023/24 de soja no estado uma área de 12,131 milhões de hectares. A extensão é inferior às 12,222 milhões previstas em novembro para a temporada, contudo levemente acima ainda dos 12,122 milhões de hectares da safra 2022/23.

O recuo na área na variação mensal, explica o Imea, é “pautado pelo alto percentual de replantio apontado pelo levantamento com os agentes de mercado, estimado em 5,04% em relação à área total prevista para o estado”.

Conforme o instituto, diante dos últimos meses o clima estar mais quente, chegando a registrar mais de 60 graus no solo, e os longos períodos sem chuvas em vários municípios de Mato Grosso, em decorrência ao El Niño, o desenvolvimento das lavouras tem sido impactado e, em alguns talhões, já é observado o encurtamento do ciclo da soja. Fator este que pode prejudicar o potencial produtivo da planta.

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Agricultura

Soja: Datagro Grãos diz que produtor terá lucro, mas inferior a 2021 e 2022

Com o plantio da safra brasileira 2023/24 de soja em reta final, a Datagro Grãos revisou seu levantamento sobre a renda dos produtores do país para o ano que vem.

O resultado ainda sinaliza mais uma temporada remuneradora para a maioria, embora possivelmente aquém dos excelentes desempenhos de 2021 e 2022, e até mesmo do razoável ano de 2023.

De acordo com a empresa, a combinação das variáveis que determinam a lucratividade bruta, definida através da relação entre a receita obtida e o custo de produção, deve pender mais uma vez para o lado positivo.

“Mas a amplitude irá variar de estado para estado, a depender dos resultados obtidos em termos de produtividade média, sendo decisivo em um ano de irregularidade climática como o desta nova safra”, comenta o economista e líder de conteúdo da consultoria, Flávio Roberto de França Junior.

Custos de produção

Os custos operacionais de produção da safra 2023/24 nos três principais estados produtores do Brasil, Mato Grosso, Paraná e Goiás, devem registrar expressiva retração. No entanto, vale considerar que essa redução acontece ante uma base muito elevada, após fortes aumentos nas safras 2021/22 e 2022/23.

“De saldo, temos a diminuição de gastos com insumos e alguma retração no padrão da taxa de câmbio na temporada; por outro lado, o aumento expressivo nos custos fixos”, destaca França Junior.

Porém, no lado limitante, a análise da Datagro considera expectativa de produtividade média razoável, mas abaixo da do ano passado. Mesmo com o bom nível tecnológico dos produtores de soja, a influência de um fenômeno El Niño de forte intensidade vem trazendo impactos devido à irregularidade das chuvas, com excesso de precipitações no Centro-Sul e escassez no Centro-Norte.

Receita dos produtores de soja

Monte de soja em grão formando mapa do Brasil. Sobre ele, três notas de 50 reais. Ao redor, moedas de diversos valores
Foto: Daniel Popov/ Canal Rural

Em relação às tendências de receita, a sinalização inicial aponta para preços domésticos aquém dos excepcionais valores observados de 2020 a 2023, mas provavelmente superior às mínimas deste ano.

Caso a projeção de lucratividade bruta positiva se concretize, será o 18º ano consecutivo de avanço na renda de soja no Brasil.

“A princípio temos sinalizações não muito distantes dos também interessantes resultados de 2023, embora abaixo dos excepcionais números de 2020, 2021 e 2022. Com indicação de cenário um pouco melhor de preços domésticos e custos de produção bem menores, mas com produtividades comprometidas”, avalia França Junior.

De acordo com a Datagro, as principais variáveis que podem interferir nas projeções de forma mais intensa são:

  • O comportamento do clima na América do Sul nos próximos meses;
  • O andamento da economia global e o encaminhamento da economia brasileira;
  • A evolução do conflito no Leste Europeu;
  • A definição da safra de 2024 nos Estados Unidos.

Além disso, o líder de conteúdo da empresa destaca o controle definitivo da inflação e as preocupações com o equilíbrio das contas públicas no Brasil como questões que também podem interferir no cenário.

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Agricultura

Soja acelera altas com apoio dos ganhos do farelo e monitorando clima adverso no Brasil

Os futuros da soja sobem mais de 1% na Bolsa de Chicago no início da tarde desta sexta-feira (3). Perto de 12h10 (horário de Brasília), as cotações subiam entre 15,25 e 17,25 pontos nos principais vencimentos, com o novembro testando já os US$ 13,21 por bushel, enquanto o maio/24, referência para a safra do Brasil, chegando aos US$ 13,70. Ao contrário do que se observava mais cedo, o farelo voltava a subir, registrava um ganho de 1,4% no primeiro vencimento – que era cotado a US$ 432,40 por tonelada curta – e dá um suporte importante aos preços do grão. 

Além do farelo, o clima irregular no Brasil também é combustível para os ganhos da soja na CBOT. Os modelos climáticos ainda apontam muitas chuvas para o Sul do país, enquanto o Centro-Norte tende a receber precipitações mal distribuídas e o plantio está bastante comprometido, além de apontar para um atraso considerável nos trabalhos de campo. 

Na manhã de hoje, a manchete da Reuters Internacional é “clima errático ameaça nova safra recorde do Brasil”, como há um tempo temos noticiado no Notícias Agrícolas, e já pontua também as preocupações com a possibilidade de um atraso na chegada desta nova oferta ao mercado, o que deixa a soja americana ainda mais atrativa para os compradores. 

De acordo com o Grupo Labhoro, “os modelos GFS (americano) e ECMWF (europeu) seguem reduzindo os níveis de chuvas para o norte brasileiro e mantêm os altíssimos níveis pluviométricos para o sul do país”, também servindo de subsídio para as altas que já chegaram a passar de 20 pontos no pregão de hoje em Chicago. “O GFS, atualizado nesta manhã, indica para os próximos 10 dias, precipitações moderadas a fortes para o sudoeste do PR, SC e RS. Fortes a extremamente fortes pontualmente no nordeste e sul do
RS. Leves acumulados são previstos para grande parte do MT, TO, sul do MA, sul da BA, norte de MG, leste do MS e oeste de SP”, complementa  consultoria. 

Uma demanda melhor pela oleaginosa dos EUA também compõe o cenário construtivo para os preços. Nesta semana, as informações de bastidores dão conta de que a China segue comprando nos EUA e teria comprado de seis a 10 cargos da oleaginosa americana nos últimos dias. E hoje o USDA informou uma nova venda de mais de 130 mil toneladas da commodity para destinos não revelados. 

Fonte: Notícias Agrícolas