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Preços do boi gordo operam perto de R$ 250 a arroba, informa Cepea

Os preços do boi gordo seguem relativamente firmes neste início do ano, com o Indicador Cepea/B3 operando próximo de R$ 250.

Segundo pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP, o forte aumento das vendas nos últimos meses de 2023 ajudou a enxugar o montante disponível de carne bovina no mercado doméstico, sustentando os valores da arroba.

No geral, as negociações de animais para abate começaram a ganhar ritmo nos últimos dias.

Do lado vendedor, a possibilidade de segurar um pouco os animais nas regiões em que as chuvas têm sido mais frequentes mantém parte dos agentes afastados do mercado. Do lado da demanda, a necessidade de novas aquisições deixa compradores mais ativos.

Quanto às exportações, dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que os embarques brasileiros de carne bovina in natura foram recordes em 2023, confirmando expectativas dos colaboradores consultados pelo Cepea. Foram 2,006 milhões de toneladas enviadas ao exterior de janeiro a dezembro, 0,52% acima do até então recorde, verificado em 2022, de 1,996 milhão de toneladas.

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Pecuária

Rondonópolis bate recorde e atinge mais de U$ 3 bi em exportações em 2023

Rondonópolis chegou ao fim de 2023 batendo o recorde nas exportações. Com U$ 3.002,54 bilhões exportados no ano passado, valor 1% maior que o de 2022, quando foram exportados um total de U$ 2.971,67 bilhões, a cidade foi a maior exportadora de Mato Grosso e a 16ª do Brasil em 2023. Os dados são do Ministério da Indústria e Comércio Exterior.

Além disso, o montante exportado por Rondonópolis em 2023, representou 10,3% do total exportado por Mato Grosso e 0,9% do total das exportações brasileiras. Os dados do comércio exterior do governo federal mostram ainda que Rondonópolis registrou recorde no superávit da balança comercial, que fechou 2023 em U$ 1.887,56 bilhão.Em 2022, o superávit foi de U$ 436,37 milhões. A diferença no superávit entre 2022 e 2023, pode ser explicada tanto pelo aumento das exportações no período, mas, principalmente, pela queda das importações no ano passado.Em 2023, Rondonópolis importou um total de U$ 1.114,98 bilhão, montante 55,7% menor que em 2022, quando foram importados U$ 2.515,3 bilhões. Mesmo com a redução, a cidade foi a maior importadora de Mato Grosso no ano passado e a 49ª do Brasil. As importações de Rondonópolis representaram 34,5% do total importado por Mato Grosso e 0,5% pelo Brasil no período.Assim como em 2022, no ano passado, a torta e outros resíduos sólidos da extração do óleo de soja foram o principal produto exportado por Rondonópolis, representando 51% das exportações da cidade. Entre 2022 e 2023, a exportação do produto aumentou 4,6%, e chegou a U$ 1,52 bilhão.Também importantes entre os produtos exportados em 2023 estão a soja em grão, que representou 24% das exportações; o milho, representando 12% dos produtos exportados; o algodão (5,3%); e, a carne bovina, 4,3%.Os números do comércio exterior apontam ainda que Rondonópolis registrou queda de 0,4% nas exportações de soja em grãos em 2023 em comparação com 2022 e de 28,3% da carne bovina.Por outro lado, foi registrado aumento nas exportações de milho, que cresceram 15,8% no período, e do algodão, com elevação de 12,4%.Já entre os produtos importados, o destaque fica por conta dos fertilizantes, que compreendem 95% das importações de Rondonópolis em 2023.China é principal mercado compradorCom aumento de 23,6% nas exportações para a China em 2023 em relação a 2022, o país asiático continua sendo o principal destino dos produtos de Rondonópolis. Para o país, foram exportados um total de U$ 911 milhões, o que representa 32% das exportações da cidade no ano passado.Já a Rússia foi o país de onde vieram a maior parte das importações, que representaram 19,4% das compras em 2023. Do Canadá vieram 17,2% das importações.

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Agricultura

BNDES anuncia mais R$ 3 bilhões para crédito pelo Plano Safra

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgou que disponibilizará mais R$ 3 bilhões para operações de crédito no âmbito de programas do Plano Safra 2023/24 nesta quarta-feira (10). Com o novo aporte, os recursos ainda disponíveis nos diferentes Programas Agropecuários do Governo Federal (PAGF) a serem repassados pelo banco de fomento somam R$ 8,5 bilhões, tendo prazo de utilização até junho de 2024.

O BNDES diz que o objetivo é oferecer “recursos extras para produtores rurais, cooperativas e agricultores familiares”, num momento em que a verba repassada a instituições credenciadas nesta linha de financiamento está perto de ser completamente utilizada.

“No Plano Safra 2023-2024, o BNDES já aprovou R$ 18,2 bilhões e atendeu a solicitações de mais de 99 mil clientes por meio de operações indiretas, realizadas pela rede de agentes financeiros credenciados”, afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, em nota divulgada pelo banco de fomento. “Os produtores rurais precisam estar atentos pois os recursos desta linha, que são repassados para as instituições credenciadas, estão próximos de serem completamente utilizados. De toda forma, além do Plano Safra, o BNDES oferece soluções próprias para garantir a oferta de crédito ao setor agropecuário durante todo o ano, como o BNDES Crédito Rural. Na atual safra, o produto já soma R$ 4,2 bilhões em operações aprovadas”, completou.

O BNDES destaca que os recursos advindos do Plano Safra podem ser aplicados em custeio e investimentos em diferentes finalidades, incluindo ampliação da produção, aquisição de máquinas e equipamentos, armazenagem e inovação.

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Agricultura

Capital da soja em MT é mais rica que a do ouro

No interior de Minas Gerais, Paracatu pode ser considerada a capital brasileira do ouro. Trata-se do município com a maior arrecadação de impostos com a produção nacional desse mineral no país. Oproduto interno bruto (PIB) per capita local é alto, mas não é tão elevado quanto o de Sorriso (MT) — o detentor da maior safra de soja do Brasil.

As minas paracatuenses produziram por volta de R$ 480 milhões com ouro em 2022, considerando o valor arrecadado com a taxa de Compensação Financeira pela Exploração Mineral (1,5%). No mesmo intervalo, a safra de soja sorrisense fechou em R$ 5,8 bilhões, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O PIB por habitante na capital do ouro é de R$ 76 mil por ano. Apesar de superar em duas vezes a média nacional, a cifra é 40% menor que a de Sorriso. No município onde a soja é a grande riqueza, o valor médio da produção anual por morador é de quase R$ 132 mil.

A capital do ouro nasceu antes que a da soja

Paracatu virou cidade em 1840, quando o Brasil ainda era um império. Sorriso não passava de uma pequena vila em 1980. Ainda assim, o município que lidera a produção do grão tem mais moradores, carros, dinheiro circulando e oportunidades.

A capital da soja abriga 110 mil habitantes e a taxa de ocupação está em quase 43%. De acordo com o IBGE, a população local mantém uma frota com 91 mil veículos e, em 2021, gerou um PIB de R$ 13,5 bilhões — valor mais atualizado.

Ao mesmo tempo, Paracatu abriga 94 mil moradores e a taxa de ocupação local é de 26%. A frota municipal é de pouco menos de 55 mil veículos e o PIB é de US$ 7 bilhões.

Além disso, o município mineiro ostenta o título de ser a capital de um recurso finito — diferentemente da soja, não é possível plantar ouro e não há fertilizante que faça uma mina renascer.

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Agricultura

Arroba do boi vai subir neste ano? Veja como deve ser 2024

As perspectivas para o mercado de boi em 2024indicam que poderá haver mudanças no ciclo pecuário em relação ao ano anterior, como um declínio nos abates de animais e na produção de carne.

Segundo o analista de Safras & Mercado Fernando Iglesias, o ano de 2024 deve sinalizar um abate em torno de 33,94 milhões de cabeças de bovinos, queda de 0,8% se comparado a 2023.

A produção de carne bovina deve atingir 9,39 milhões de toneladas, recuo de 0,77% na comparação ao ano em vigência.

Em contrapartida, as exportações devem atingir um volume recorde, segundo projeções de Safras & Mercado. Iglesias afirma que o Brasil se notabiliza como a melhor alternativa global para o fornecimento de carne bovina e deve embarcar 3,36 milhões de toneladas, com um crescimento de 3,86% na comparação com 2023. 

O grande ponto de atenção para o ano leva em conta os preços pagos pelas proteínas de origem animal. Para que haja uma recuperação das cotações, Iglesias pontua que existem duas premissas básicas que precisam ser confirmadas: a recuperação econômica da China e a recomposição da suinocultura do país. 

O primeiro ponto tende a mostrar resultados a partir do segundo trimestre, com avanço nos indicadores chineses de emprego, renda e fluxo cambial. 

Já o segundo ponto está sendo trabalhado pelo governo chinês com o intuito de enxugar o mercado doméstico, o que permitiria uma recuperação das margens. 

“O mais provável é que esse processo se torne mais nítido entre o segundo e o terceiro trimestre”, diz.

A recuperação dos preços da carne bovina no mercado internacional será a peça central para que haja mudanças mais contundentes dos preços da arroba do boi gordo, acredita o analista. Isso aumentaria novamente o peso dos animais padrão China dentro do mercado brasileiro, uma vez que, no final de 2023, praticamente não houve uma diferença considerável de valores entre esses exemplares e boi para o mercado interno.

Por fim, o analista ressalta que a disponibilidade de carne bovina no mercado doméstico tende a ser 3,1% menor em 2024 se comparada ao último ano, atingindo 6,07 milhões de toneladas em equivalente carcaça. 

Como a população brasileira ainda deverá apresentar dificuldades em relação ao poder de compra, somada ao fato de que a moeda brasileira tende a ficar um pouco mais desvalorizada, o setor de carnes brasileiro tende a priorizar as exportações ao longo do ano.

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Pecuária

Brasileiro é um dos povos que mais comem carne no planeta

O povo brasileiro é uma dos que mais consomem proteína animal do planeta, ao considerar os três principais tipos de carne: suínos, frangos e bovinos. Um levantamento realizado por Oestemostra que o consumo per capita local está entre os quatro maiores do mundo.

A pesquisa cruzou os dados do Banco Mundial sobre a população de cada país com as informações do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos sobre a produção dessas mesmas nações. Os resultados mostram que o agronegócio brasileiro destina quase 100 kg de carne por habitante para o mercado interno.

O número deixa o Brasil abaixo apenas de Estados Unidos, Austrália e Argentina — os três maiores consumidores, em ordem decrescente. Para os norte-americanos, a disponibilidade interna é de 120 kg por ano. E a dos australianos e dos argentinos é de 116 kg e 102 kg, respectivamente.

Desse modo, o resultado do Brasil superou o de populações de lugares desenvolvidos. Entre eles, Canadá (90 kg), Coreia do Sul (80 kg), União Europeia (77 kg), Reino Unido (76 kg) e Singapura (68 kg). Além disso, a média nacional corresponde a quase três vezes a mundial (pouco menos de 35 Kg).

O agronegócio brasileiro e a produção de carne

A manutenção da oferta ao mercado interno do Brasil em níveis elevados ocorre graças aos criadores locais. Atualmente, o agronegócio do país é o quarto maior produtor de proteína animal no planeta — e o principal exportador desse tipo de alimento no mundo.

Brasil recorde carne frango Gripe aviária
Carne de frango é lidera o consumo nacional | Foto: Reprodução/Sindiavipar

Em 2023, o Brasil exportou 9 milhões de toneladas de proteína animal. Nesse mesmo ano, o agronegócio brasileiro produziu 30 milhões de toneladas de carne — somando suínos, frangos e bovinos. Apenas União Europeia, Estados Unidos e China tiveram produções maiores — 78 milhões de toneladas, 45 milhões de toneladas e 39 milhões de toneladas, respectivamente.

Proteína mais consumida no Brasil

Na mesa do brasileiro, a carne de frango é a mais consumida, segundo o USDASão 47 kg por habitante por ano — quase metade da dieta da população do país. Na sequência, aparecem os bovinos (37 kg), seguido dos suínos — média per capita anual de 15 kg.

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Pecuária

Colheita recorde de soja no Brasil impulsiona produção mundial em 2022/23

O ano agrícola de 2022/23 testemunhou uma safra recorde de soja no Brasil, contribuindo significativamente para a produção mundial, conforme destacado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Apesar de um período de colheita mais prolongado e desafios enfrentados durante a coleta, a produtividade no Brasil alcançou patamares expressivos.

Pesquisadores do Cepea observaram que o notável avanço na colheita brasileira compensou as menores ofertas provenientes dos Estados Unidos e da Argentina. Essa contribuição brasileira foi fundamental para assegurar uma produção global recorde de soja na safra 2022/23, atingindo a marca de 374,39 milhões de toneladas, conforme dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

O impacto do desempenho na produção global refletiu nas cotações da soja ao longo do ano, pressionando para baixo em comparação com o ano anterior. A abundância na oferta mundial, impulsionada principalmente pelo desempenho excepcional da colheita brasileira, teve influência direta nos preços da commodity.

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Aumento da demanda chinesa impulsionará exportações brasileiras de carne em 2024, aponta estudo

O Brasil, maior exportador mundial de carne, aumentará ainda mais os embarques do produto para o exterior em 2024, graças ao aumento da demanda da China e a uma ampla oferta de carne bovina e de frango, segundo um estudo do banco Robabank.

No mercado de suínos, a oferta de animais crescerá menos, mas o aumento de restrições em países concorrentes deve estimular a busca pela proteína do Brasil.

O estudo previu que as vendas brasileiras de carne bovina ao mercado externo crescerão de 2% a 3% no próximo ano, estimuladas pela China. De janeiro a novembro deste ano, o Brasil exportou 2,3 milhões de toneladas, segundo a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo).

Nos cálculos do Rabobank, o volume total das importações chinesas da proteína crescerá de 6% a 7% em relação a 2023, ou o equivalente a 200 mil toneladas.

Para o analista do Rabobank, Wagner Yanaguizawa, “isso deverá favorecer diretamente o Brasil, que já é o maior exportador para a China”.

Os brasileiros respondem hoje por 41% de toda a carne bovina que os chineses importam. Além de aumento do volume, também existe a expectativa de que os importadores chineses paguem um pouco mais pela tonelada do produto.

O presidente da Abrafrigo, Paulo Mustefaga, previu que o volume dos embarques de carne bovina deve fechar 2023 com aumento de 4% a 5%, embora a receita possa cair cerca de 20%, ainda pressionada pela baixa dos preços da tonelada exportada.

“Já para o ano que vem, acredito que há espaço para reação, sim, no preço que a China paga. Tudo depende da recuperação econômica deles, que parece estar melhorando”, afirmou Mustefaga.

Não obstante, o Rabobank afirma que os exportadores não devem esperar que os valores retornem ao patamar do período entre 2021 e 2022, quando a tonelada passou de US$ 7 mil, mas que há potencial para ela superar os US$ 5 mil pagos atualmente por tonelada.

Para o presidente da Abrafrigo, a diminuição da oferta de carne bovina nos Estados Unidos, em decorrência do ciclo de baixa do número de animais disponíveis para abate, torna o Brasil mais competitivo.

Há a possibilidade de o país ampliar suas vendas aos norte-americanos, para complementar a produção nos EUA, assim como existem chances de os brasileiros suprirem mercados que os americanos eventualmente deixem de atender.

Além disso, as perspectivas para os setores de aves e suínos, também são otimistas. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) estima que as exportações de carne suína tendem a chegar a 1,3 milhão de toneladas em 2024, um aumento de 6,6% em relação ao volume projetado para este ano, de 1,22 milhão de toneladas.

As vendas de carne de frango ao exterior devem somar entre 5,2 e 5,3 milhões de toneladas em 2024, 3,9% a mais do que este ano, quando, segundo a Associação, ficaram entre 5,05 e 5,15 milhões de toneladas.

De acordo com a ABPA, o pico de migrações de aves para o Brasil passou, o que tende a frear o surgimento de novos surtos de gripe aviária da cepa H5N1 no país. A ordem no setor, porém, é continuar com as práticas de prevenção adotadas nos últimos meses, que garantiram a biossegurança e mercados abertos ao Brasil em todo o mundo.

“A influenza (aviária) pode ter papel ainda mais ativo no Hemisfério Norte com a chegada do inverno, e o Brasil pode ser chamado ainda mais para prover (frango)”, ressaltou o presidente da ABPA, Ricardo Santin. 

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Pecuária

Mercado pode melhorar, mas arroba segue pressionada em 2024

Em 2024, a oferta de fêmeas ainda seguirá impactando o mercado do boi gordo, mas em menor ímpeto que o assistido em 2023, prevê o zootecnista Felipe Fabbri, analista da Scot Consultoria.

Na visão de Fabbri, tal conjuntura (menor intensidade nos abates de vacas/novilhas) colaborará para um quadro de preços da arroba menos tensionado como foi em 2023.

“Esperamos que, após dois anos de um mercado pressionado, em 2024 o pecuarista comece a respirar mais aliviado, para, a partir de 2025, termos a perspectiva de braçadas mais longas e melhores resultados”, acredita Fabbri, um dos analistas da Scot que acompanham diariamente o setor pecuário.

Segundo ele, ao longo de 2023, em função do ciclo pecuário de preços (fase de baixa) e da expectativa de aumento no descarte de fêmeas, já esperava-se um ano pressionado negativamente, em termos de preços.

“O que o mercado não esperava era estar diante do pior ano da história recente na pecuária brasileira”, observa Fabbri.

Em novembro/23, o preço médio da arroba do boi gordo paulista recuou 17,9%, em relação ao valor médio de novembro de 2022.

“Em São Paulo, no ápice da ‘depressão’ de preços, a cotação da arroba chegou a R$ 200”, relembra o analista.

Voltando ao esperado para 2024, no primeiro trimestre, o El Niño poderá afetar o vigor das pastagens, que poderá antecipar o descarte de matrizes ou atrasar a oferta de boiadas gordas, observa Fabbri.

“Hoje, o mercado sinaliza para uma diminuição de oferta e preços firmes até março/23”, antecipa.

Do lado da demanda, historicamente, janeiro e fevereiro são meses de consumo mais fraco, seja no mercado interno, ou envolvendo vendas de carne bovina brasileira ao exterior, acrescenta Fabbri.

Relatório do USDA

Por falar em mercado internacional, o relatório de outubro/23 (mais recente) do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) apontou algumas perspectivas positivas para o mercado brasileiro em 2024.

“Para 2024, a expectativa é de acréscimo para 2,85 milhões de toneladas equivalente carcaça (tec.) embarcadas, apenas 1,7% abaixo do volume observado em 2022 – o maior em nossa história”, relata Fabbri, reproduzindo os dados do USDA.

No mesmo relatório, as projeções apontam para importações chinesas de carne bovina recuando 2,8% em 2024, após aumento, também, de 2,8% em 2023 (esses números referem-se a todos os fornecedores.

Com isso, observa Fabbri, a projeção para o próximo ano é de continuidade do patamar de compras (internacionais de carne bovina brasileira) observado nos últimos anos.

No mercado interno, reforça o analista da Scot, a perspectiva é de um ano de transição em 2024, com a oferta de bezerros refletindo o primeiro ano de abate de fêmeas no atual momento do ciclo pecuário de preços, conjuntura que pode “estimular a retenção de matrizes”.

“Apesar disso, o maior ímpeto de retenção (de fêmeas) deve ficar para 2025, resultado do forte descarte de 2023 e de uma estação de monta pouco estimulada atualmente”, antecipa Fabbri.

Análise Agrifatto

Para o ano que se inicia nesta semana, a Agrifatto espera que a oferta de animais terminados continue elevada e a participação de fêmeas deve seguir acima da média histórica.

Com isso, na visão da consultoria, a maior oferta de carne bovina dificultará “a valorização real (acima da inflação) do boi gordo em 2024”.

“Estimamos que a produção de proteína bovina atinja 8,71 milhões de toneladas, o que representaria alta de 0,44% em relação ao resultado estimado para 2023, o que seria um recorde histórico”, prevê a Agrifatto, que continua:

“Na nossa visão, o Brasil continuará sendo líder nas exportações mundiais de carne bovina em 2024, com a maior consolidação do mercado asiático (expansão de compra de países do sudeste) e menor participação dos EUA no comércio global da proteína (até mesmo importando mais proteína bovina que em 2023)”.

Pela projeção da Agrifatto, os embarques brasileiros de carne bovina pode atingir 2,81 milhões de toneladas equivalente de carcaça (TEC), o que representaria alta de 0,95% em relação a 2023, mas ainda 1,48% abaixo do recorde de 2022.

Por isso, prevê a Agrifatto, os preços do boi gordo devem continuar pressionados. “A flutuação entre os R$ 225/@ e os R$ 250/@ durante o primeiro semestre de 2024 é o nosso cenário base no estado de São Paulo”.

Porém, acrescenta a Agrifatto, dependendo das condições climáticas, “uma recuperação mais expressiva (da arroba) poderá ocorrer a partir do terceiro quadrimestre de 2024”.