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Crédito rural: saiba quem pode fazer a renegociação da dívida

Agricultores familiares, produtores de médio porte e os demais produtores rurais cuja renda tenha sido prejudicada por problemas climáticas ou dificuldades na comercialização em função da redução dos preços de mercado, poderão renegociar as parcelas relativas ao crédito rural de investimento. O prazo para formalização da renegociação vai até 31 de maio de 2024.

A resolução nº 5.123/20240, do Conselho Monetário Nacional, foi aprovada na última quinta-feira (28) e publicada nesta segunda (1º) no Diário Oficial da União. A medida altera o Manual de Crédito Rural (MCR) e autoriza a renegociação de até 100% do principal das parcelas – vencidas ou vincendas no período de 2 de janeiro a 30 de dezembro de 2024 – que apresentem situação regular até 30 de dezembro de 2023.

Para efetuar a renegociação, as operações devem necessariamente estar vinculadas a uma das seguintes atividades produtivas, desde que o empreendimento esteja localizado nas respectivas unidades da federação:

  • produção de soja, milho e pecuária bovina de corte em Goiás e Mato Grosso;
  • pecuária de carne e leite em Minas Gerais;
  • produção de soja, milho e pecuária de leite em São Paulo, no Paraná, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina;
  • produção de pecuária de corte em Rondônia, em Roraima, no Pará, no Acre, no Amapá, no Amazonas e no Tocantins;
  • produção de sojamilho bovinocultura de leite e de carne em Mato Grosso do Sul; e
  • pecuária de leite no Espírito Santo e no Rio de Janeiro.

Os produtores rurais que possuam operações de crédito rural com parcelas previstas para pagamento em 2024 referentes a produtos, atividades e regiões não abrangidas nos termos da resolução poderão solicitar a renegociação em casos especiais, caso tenham dificuldades para realizar o pagamento em função das situações descritas na publicação.

Entretanto, o texto da resolução informa que os interessados na negociação devem pagar, no mínimo, o valor referente aos encargos financeiros contratualmente previstos para o ano de 2024, particularmente os encargos das parcelas com vencimento agendado até a data de formalização da renegociação. Após a formalização, os encargos contratuais relativos às demais parcelas do ano devem ser pagos até as respectivas datas de vencimento.

As parcelas cuja renegociação foi autorizada são aquelas relacionadas a operações de crédito rural contratadas com recursos controlados por fundos constitucionais de financiamento regional, do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), dos Programas com Recursos do BNDES, além daquelas contratadas com recursos de outras fontes pelo Tesouro Nacional.

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Agricultura

Preços da soja sobem no Brasil; veja cotação de Rondonópolis

mercado brasileiro de soja registrou alta nos preços no final desta quarta-feira (20).

Os produtores em todo o país registraram vários negócios, tentando aproveitar essas altas.

A Bolsa de Chicago foi o que favoreceu o tom positivo.

  • Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos subiu de R$ 118 para R$ 120.
  • Na região das Missões, a cotação cresceu de R$ 117 para R$ 120 a saca.
  • No Porto de Rio Grande, o preço avançou de R$ 124,50 para R$ 128 a saca.
  • Em Cascavel, no Paraná, a saca valorizou de R$ 115 para R$ 118.
  • No porto de Paranaguá (PR), o preço cresceu de R$ 124 para R$ 127.
  • Em Rondonópolis (MT), a saca aumentou de R$ 111,50 para R$ 113,50.
  • Em Dourados (MS), o preço subiu de R$ 110 para R$ 111 a saca.
  • Já em Rio Verde (GO), a saca subiu de R$ 108 para R$ 110,50.

Soja em Chicago

Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a quarta-feira com preços mais altos.

Após o banco central americano (Fed) definir a política monetária e divulgar novas previsões para a economia daquele país nos próximos anos, a alta ampliou consideravelmente.

Até a decisão do Fed, um movimento de cobertura por parte de fundos e especuladores e o anúncio de venda de produto americano para a China garantiram a elevação, apesar do cenário fundamental ainda negativo para os preços.

Sem grandes surpresas, o Fed manteve as taxas básicas americanas. Mas elevou significativamente a previsão para o crescimento do PIB americano nos próximos anos, sinalizando uma economia aquecida. Foi o suficiente para impulsionar as cotações da soja.

Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) anunciou hoje a venda de 120 mil toneladas de soja por parte dos exportadores privados para destinos não revelados. A informação ajudou nas compras técnicas, em meio ao sentimento contrário de que a demanda vai se deslocando gradualmente para a América do Sul.

Os agentes começam a se posicionar frente ao importante relatório de intenção de plantio nos Estados Unidos, que será divulgado no dia 28 pelo USDA.

Os contratos da soja em grão com entrega em maio fecharam com alta de 24,00 centavos de dólar, ou 2,02%, a US$ 12,09 1/2 por bushel. A posição julho teve cotação de US$ 12,23 1/4 por bushel, com ganho de 23,00 centavos ou 1,90%.

Nos subprodutos, a posição maio do farelo fechou com alta de US$ 8,60 ou 2,57%, a US$ 342,50 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em maio fecharam a 49,00 centavos de dólar, com alta de 0,84 centavo ou 1,72%.

Câmbio

O dólar comercial encerrou a sessão em queda de 1,09%, sendo negociado a R$ 4,9739 para venda e a R$ 4,9719 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 4,9720 e a máxima de R$ 5,0336.

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Agricultura

Região médio-norte de Mato Grosso encerra colheita da soja

O ciclo desafiador da soja 2023/24 em Mato Grosso caminha para o seu fim. O estado já colheu 95,60% da área destinada para o grão e, segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), os trabalhos na região médio-norte já foram encerrados.

Os trabalhos nas lavouras de soja na variação semanal apresentaram evolução de 5,18 pontos percentuais. Ao se comparar com a temporada 2022/23 ficaram 0,91 ponto percentual atrás apenas. No mesmo período o ano passado o estado estava com 96,51% da área colhida.

No que tange a média histórica dos últimos cinco anos, a extensão é de 96,23% da área colhida.

Conforme os números do Imea, a região oeste encerra a colheita da soja nos próximos dias. Por lá 99,13% da área foi colhida. O mesmo deve ocorre nas regiões norte e noroeste, que já colheram 98,75% e 97,96% de suas respectivas áreas. A região centro-sul colheu 96,16%.

Contudo, os trabalhos devem caminhar por mais alguns dias nas regiões sudeste e nordeste do estado, uma vez que até o dia 15 de março elas haviam chegado com as colheitadeiras em apenas 90,08% e 90,71% de suas áreas.

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Agricultura

Exportações de milho 22/23 superam o total embarcado por MT no ciclo 21/22

As exportações de milho da safra 2022/23 já superaram o total escoado na temporada 2021/22 em Mato Grosso. O estado enviou ao mercado externo um total de 28,32 milhões de toneladas do cereal entre julho de 2023 e fevereiro de 2024. As expectativas são de que os embarques totais somem 29,84 milhões de toneladas, acréscimo de 12,97% quando comparada à safra 2021/22.

Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), trazidos pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), mostram que o volume embarcado entre julho de 2023 e fevereiro de 2024 representa um aumento de 12,73% ante o escoado no mesmo período da safra passada.

Na temporada 2021/22 o estado enviou para o mercado externo 26,42 milhões de toneladas de milho no total.

“Esse incremento nos envios para o mercado internacional foi pautado pela maior disponibilidade de milho no mercado interno e o aumento da demanda do mercado externo pelo grão, devido à redução da produção e do escoamento dos EUA e da Argentina”, explica o Imea.

Outro fator, salienta o Instituto, é a aquisição de milho brasileiro por parte da China, visto as dificuldades de safra enfrentadas pela Ucrânia em decorrência da guerra contra a Rússia. Para se ter uma ideia, no período analisado do ciclo 2022/23 Mato Grosso enviou 7,99 milhões de toneladas de milho para a China.

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Exportações de Rondonópolis crescem 8,2% no bimestre

Rondonópolis registrou crescimento nas exportações neste primeiro bimestre de 2024. Segundo dados do Ministério da Indústria e Comércio Exterior, as exportações da cidade subiram 8,2% neste no período em comparação com 2023, chegando a U$ 438,92 milhões. O resultado mantém Rondonópolis como maior exportadora de Mato Grosso e a 17ª do Brasil.

Os números do comércio exterior ainda apontam que, neste primeiro bimestre, as exportações locais representaram 11,9% do total exportado por Mato Grosso e 0,9% pelo Brasil.

Já as importações tiveram queda nos dois primeiros meses do ano. Com redução de 13%, Rondonópolis importou um total de U$ 117,43 milhões. Assim, o Município fecha o bimestre como maior importador de Mato Grosso e 78º do Brasil. No período, as importações da cidade representaram 29,3% do total importado pelo Estado e 0,3% das importações brasileiras.

Com as exportações chegando a U$ 438,92 milhões e as importações atingindo U$ 117,43 milhões, Rondonópolis registrou, neste bimestre, superávit de U$ 321,5 milhões.

A China se mantém como principal destino das exportações de Rondonópolis. Para o país asiático foram exportados no primeiro bimestre de 2024, U$ 131 milhões, o que representou 29,9% do total das exportações locais.

Também na Ásia, a Tailândia foi o segundo país que mais recebeu produtos da cidade. Foram exportados para o país U$ 101 milhões, 22,9% do total das exportações.

As importações vieram, principalmente da Rússia e do Canadá. Da Rússia foram importados U$ 31,5 milhões nestes meses de janeiro e fevereiro, 26,8% do total das importações no período. Do Canadá foram importados U$ 14,6 milhões, o que representa 12,5% das importações da cidade.

Neste primeiro bimestre do ano, a torta e outros resíduos da extração do óleo de soja foram os produtos mais exportados, representando 52% do total das exportações locais. Foram exportados U$ 228 milhões do produto, aumento de 14,4% em comparação ao mesmo período de 2023.

Ainda, entre os produtos com destaque nas exportações do bimestre estão a soja, representando 19% das exportações; o algodão (17%); o milho (6,2%); e, a carne bovina (4,8%).

Entre os produtos importados, o destaque fica com os fertilizantes, que representam, praticamente, a totalidade das importações de Rondonópolis neste primeiro bimestre do ano. Os fertilizantes potássicos representaram a maior parte das importações (42%), seguido dos azotados (27%) e dos fosfatados (10%).

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Agricultura

Puxada pelo agro, balança comercial tem superávit recorde em fevereiro

Beneficiada pelas exportações do agro, especialmente algodão, soja e café, a balança comercial – diferença entre exportações e importações – fechou fevereiro com superávit de US$ 5,447 bilhões, divulgou nesta quarta-feira (6) o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

O resultado é o melhor para meses de fevereiro, e representa alta de 111,8% em relação ao mesmo mês do ano passado.

Com o resultado de fevereiro, a balança comercial acumula superávit de US$ 11,942 bilhões nos dois primeiros meses deste ano, o maior resultado para o período desde o início da série histórica, em 1989. O valor representa alta de 145,9% em relação aos mesmos meses do ano passado.

Em relação ao resultado mensal, as exportações subiram, enquanto as importações ficaram relativamente estáveis. No mês passado, o Brasil vendeu US$ 23,538 bilhões para o exterior, alta de 16,3% em relação ao mesmo mês de 2023. Esse é o maior valor exportado para meses de fevereiro desde o início da série histórica. As compras do exterior somaram US$ 17,67 bilhões, avanço de 2,4%.

Do lado das exportações, a safra recorde de café e soja e a recuperação do preço do açúcar e do minério de ferro compensaram a queda internacional no preço de algumas commodities (bens primários com cotação internacional). Além disso, as exportações de petróleo bruto subiram 119,7%, beneficiadas pelo atraso na contabilização de algumas exportações.

Do lado das importações, o recuo nas compras de petróleo, de derivados e de compostos químicos foi o principal responsável pelo elevado saldo na balança comercial.

Após baterem recorde em 2022, depois do início da guerra entre Rússia e Ucrânia, as commodities recuam desde a metade de 2023. A principal exceção é o minério de ferro, cuja cotação vem reagindo por causa dos estímulos econômicos da China, a principal compradora do produto.

No mês passado, o volume de mercadorias exportadas subiu 20,9%, enquanto os preços caíram 3,8% em média na comparação com o mesmo mês do ano passado. Nas importações, a quantidade comprada subiu 13,3%, mas os preços médios recuaram 10,4%.

Agro e outros setores

No setor agropecuário, a safra de grãos e de algodão pesou mais nas exportações. O volume de mercadorias embarcadas subiu 34,5% em fevereiro na comparação com o mesmo mês de 2023, enquanto o preço médio caiu 17,1%. Na indústria de transformação, a quantidade subiu 6%, com o preço médio recuando 0,6%. Na indústria extrativa, que engloba a exportação de minérios e de petróleo, a quantidade exportada subiu 61%, enquanto os preços médios aumentaram apenas 1,9%.

Os produtos com maior destaque nas exportações agropecuárias foram algodão bruto (498,1%), café não torrado (71,5%) e soja (4,5%). Em valores absolutos, o destaque positivo é o algodão, cujas exportações subiram US$ 406,5 milhões em relação a fevereiro do ano passado. A safra recorde fez o volume de embarques de algodão aumentar 497,8%, mesmo com o preço médio subindo apenas 0,04%.

Na indústria extrativa, as principais altas foram registradas em óleos brutos de petróleo (119,7%) e minério de ferro (41,4%) minérios preciosos (que saltou de zero para US$ 39 milhões). No caso do ferro, a quantidade exportada aumentou 21,4%, e o preço médio subiu 16,5%.

Em relação aos óleos brutos de petróleo, também classificados dentro da indústria extrativa, os preços médios recuaram 6,1% em relação a fevereiro do ano passado, enquanto a quantidade embarcada aumentou 134%.

Na indústria de transformação, as maiores altas ocorreram em açúcares e melaços (201,2%), carne bovina (32,2%) e farelos de soja e outros alimentos para animais (9,8%). A crise econômica na Argentina, principal destino das manufaturas brasileiras, também influenciou no crescimento das exportações dessa categoria. As vendas para o país vizinho caíram 30% em fevereiro em relação ao mesmo mês do ano passado.

Em relação às importações, os principais recuos foram registrados nos seguintes produtos: cevada não moída (50,8%), soja (44%) e látex e borracha natural (38,8%), na agropecuária; minérios de cobre (100%) e óleos brutos de petróleo (16,8%), na indústria extrativa; compostos organo-inorgânicos (21,8%) e adubos ou fertilizantes químicos (32%), na indústria de transformação.

Em relação aos fertilizantes, cujas compras do exterior ainda são impactadas pela guerra entre Rússia e Ucrânia, os preços médios caíram 25,5%, e a quantidade importada recuou 8,8%.

Estimativa

Apesar da desvalorização das commodities, o governo projeta superávit de US$ 94,4 bilhões este ano, com queda de 4,5% em relação a 2023. A próxima projeção será divulgada em abril.

Segundo o MDIC, as exportações subirão 2,5% este ano, encerrando o ano em US$ 348,2 bilhões. As importações avançarão 5,4% e fecharão o ano em US$ 253,8 bilhões. As compras do exterior deverão subir por causa da recuperação da economia, que aumenta o consumo, em um cenário de preços internacionais menos voláteis do que no início do conflito entre Rússia e Ucrânia.

As previsões estão um pouco mais otimistas que as do mercado financeiro. O boletim Focus, pesquisa com analistas de mercado divulgada toda semana pelo Banco Central, projeta superávit de US$ 80,98 bilhões neste ano.

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Agricultura

Agro está otimista com o crescimento da economia brasileira, diz pesquisa

Mais de dois terços (69%) dos executivos do agronegócio brasileiro estão otimistas com o crescimento da economia nos próximos 12 meses, revela a 27ª edição da Pesquisa Global com CEOs da PWC, empresa de consultoria e auditoria. Há um ano, 40% dos CEOs do setor confiavam no crescimento da economia.

O levantamento, divulgado nesta quarta-feira (28), mostra que outros 17% dos executivos do setor avaliam o risco de uma desaceleração em 2024, enquanto 14% projetam um cenário de estabilidade.

confiança do agronegócio ficou acima da média nacional, já que, considerando todos os setores da economia, 55% dos executivos apostam no crescimento da economia brasileira, 29% acreditam na desaceleração e 15% na estabilidade.

O otimismo dos CEOs brasileiros se sobressai ainda sobre a média dos executivos globais, dos quais 44% acreditam no crescimento de seus países, 37% apostam na desaceleração e 17% veem estabilidade econômica.

A PWC entrevistou mais de 4,7 mil líderes empresariais em cem países.

Na avaliação do sócio da PWC Brasil e líder de Agronegócio no Brasil da consultoria, Maurício Moraes, a confiança maior do agronegócio em relação à economia brasileira na comparação com os executivos dos demais setores pode ser atribuída à capacidade de atração e interesse de investimento do setor.

Em relação às próprias empresas, 35% dos líderes do agronegócio ouvidos na pesquisa estão confiantes de que as receitas tendem a crescer neste ano contra 78% há um ano.

A confiança é inferior à média dos líderes empresariais brasileiros, de 52%, e do mundo, de 37%. Para os próximos três anos, 57% dos executivos do agronegócio apostam no aumento na receita das suas empresas, ante 70% há um ano e contra 62% da média nacional e 49% do mundo.

“Vivemos momento de quebra de safra, de estoque de insumos, de menores margens. São temas que refletem a percepção de geração de receita para este ano. Para os próximos três anos, há perspectiva de retorno à normalidade, com fundamentos das commodities mais estáveis”, observou Moraes.

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Agricultura

Exportações do complexo soja registraram recorde de volume e receita

Os embarques do complexo soja tiveram avanço de 24,7% em 2023, chegando a 126,818 milhões de toneladas. A informação parte de levantamento da Datagro Grãos. O total compreende:

  • Soja em grão: 101,856 mi de toneladas de soja em grão (+29,4%)
  • Farelo: 22,613 milhões de toneladas (+11,1%)
  • Óleo: 2,349 milhões de toneladas (-9,6%)

Os principais fatores para esse recorde é a grande safra colhida no ano passado pelo Brasil, atualmente estimada em 160,234 mi de toneladas pela consultoria, montante 23% superior à prejudicada temporada anterior.

Além disso, também explicam o cenário de remessas altas partindo do Brasil os seguintes fatores:

  • Perdas expressivas nos Estados Unidos em 2022, com safra irregular pelo quarto ano consecutivo;
  • Avanço das compras pela China após a peste suína africana (PSA) ser contornada;
  • Tensões nas relações políticas entre EUA e China; e
  • Maior competitividade do complexo soja devido à queda no padrão de preços.

Recorde de receita

soja preço cotação pib Chicago dólar

A Datagro aponta que também foi registrado recorde na receita total obtida nas exportações do complexo soja brasileiro em 2023, apesar do forte recuo nos preços médios.

Assim, a receita total foi atualizada para US$ 67,377 bilhões, 10,9% a mais que em 2022, quando foram arrecadados US$ 60,748 bilhões.

A receita do ano passado foi formada por US$ 53,316 bi decorrentes de vendas de soja em grão (+14,7%); US$ 11,507 bi da comercialização de farelo (+11,4%); e US$ 2,554 bi de óleo, o único com recuo ante 2022 (-35,1%).

“Esse extraordinário avanço da receita alcançada pelas vendas externas do setor contribuiu fortemente para impedir o recuo que estava previsto nas exportações globais do país em 2023, que veio refletindo a diminuição no ritmo de crescimento da economia brasileira. Por esse motivo, confirmamos novo recorde na participação do complexo soja na pauta geral de exportações do Brasil”, comenta Flávio Roberto de França Junior, economista e líder de conteúdo da consultoria

Participação da soja na receita nacional

A receita total das exportações brasileiras em 2023 chegou a US$ 339,673 bi, crescimento de apenas 1,7% em relação ao recorde anterior, de US$ 334,136 bi, registrado em 2022.

Com isso, o setor contribuiu com 19,8%, proporção superior ao recorde de 18,2% de 2022, superando com folga os 16,2% da média de participação dos últimos 10 anos.

Projeções para 2024

Em termos de volume, a Datagro Grãos estima saídas externas do complexo soja brasileiro em 114,900 mi de t em 2024, 9,4% aquém de 2023. Ainda assim, caso se concretize, seria o segundo maior da história:

  • Soja em grão: 88,8 mi de t (-12,8%);
  • Farelo: 24 mi de t (+6,1%); e
  • Óleo: 2,1 mi de t (-10,6%)

No que diz respeito à receita, os números iniciais da consultoria apontam para US$ 54,480 bi, o que representaria recuo de 19,1% ante 2023: US$ 41,736 bi de soja em grão (-21,7%); US$ 10,560 bi de farelo de soja (-8,2%); e US$ 2,184 bi provenientes do óleo de soja (-14,5%).

“Essa retração na receita para 2024 tende a resultar também em redução na participação das exportações do setor soja na pauta geral do Brasil, de 19,8% de 2023 para 17,0%. Apesar de bem menor, essa nova taxa ainda seguiria muito superior aos 16,2% da média para os últimos 10 anos, sendo a menor desde os 16,8% de 2020”, diz França Junior.

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Agricultura

MT representou 15% das exportações do agro do país em janeiro

O estado de Mato Grosso foi responsável por 15,5% de toda exportação do agronegócio brasileiro em janeiro deste ano.

O montante foi US$ 1,81 bilhão, um aumento de cerca de 0,8% em relação ao mesmo período do ano anterior.

No ranking geral do país, o estado mato-grossense ficou atrás apenas de São Paulo, que totalizou no mês US$ 2,22 bilhões em vendas externas, impulsionado pelo setor sucroalcooleiro.  

O levantamento foi realizado com base nas informações do sistema Agrostat, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).  

O setor do agronegócio que mais se destacou nas exportações em Mato Grosso, no mês de janeiro foi o de cereais, farinhas e preparações, que somou em vendas para o exterior US$ 708,42 milhões.

Logo na sequência está o complexo soja, com US$ 555,93 milhões. Outro destaque é o setor de fibras e produtos têxteis, em que o somatório das commodities foi de US$ 328,63 milhões.   

No Centro-Oeste do país, o valor total de exportações foi de quase US$ 3 bilhões. Neste contexto, o ranking é liderado pelas exportações de complexo soja (US$ 936,45 milhões); cereais, farinhas e preparações (US$ 833,01 milhões); carnes (US$ 477,69 milhões) e fibras e produtos têxteis (US$ 346,59 milhões). No total da região, depois de Mato Grosso, os principais exportadores na sequência são: Mato Grosso do Sul (US$ 624,83 milhões); Goiás (US$ 465,72 milhões); e Distrito Federal (US$ 13,24 milhões).  

Em todo o Brasil, as exportações de produtos do agronegócio foram de US$ 11,72 bilhões em janeiro de 2024. Um valor recorde para o histórico do mês, com alta de 14,8%, o que equivale o incremento de US$ 1,51 bilhão em relação a janeiro de 2023.

Exportação em 2023

As exportações brasileiras do agronegócio bateram recorde em 2023, atingindo US$ 166,49 bilhões. A cifra foi 4,8% superior em comparação a 2022, o que representa um aumento de US$ 7,62 bilhões.

Dessa forma, o agronegócio foi responsável por 49% da pauta exportadora total brasileira em 2023. No ano anterior, a participação foi de 47,5%.  

Os setores do agronegócio que mais exportaram foram: complexo soja (US$ 67,25 bilhões); carnes (US$ 23,51 bilhões); complexo sucroalcooleiro (US$ 17,38 bilhões); cereais, farinhas e preparações (US$15,54 bilhões) e produtos florestais (US$14,28 bilhões). Em conjunto, esses setores destacados representaram 82,9% das vendas do setor em 2023. 

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Agricultura

Agro ’empurra’ PIB brasileiro, que cresce 3% em 2023, diz prévia da FGV

A economia brasileira cresceu 3% em 2023, impulsionada pelo forte desempenho do setor agropecuário, de acordo com a prévia do PIB divulgada nesta segunda-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

O setor agropecuário, que representa 6% do PIB do país, teve um salto de 15,8% no ano passado, o que representou 30% do crescimento total do PIB.

soja foi o principal destaque do setor, com um aumento de 25,3% na produção. A região Centro-Sul do país se destacou na produção da oleaginosa.

“Esse contexto mostra forte concentração setorial e regional e evidencia que o crescimento econômico não foi sentido de modo uniforme no país”, pondera a coordenadora da pesquisa, Juliana Trece.

Ainda segundo a pesquisadora, “o efeito do excelente desempenho agropecuário no ano se estendeu para outras atividades econômicas, o que potencializou sua influência na economia”.

Outro fator que contribuiu para o crescimento do PIB foram as exportações, com alta de 9,5% no ano passado. 

O principal destaque foram as vendas para outros países de produtos agropecuários, que cresceram 25,3% no ano. Produtos da indústria extrativa mineral, como minério de ferro e petróleo, também tiveram desempenho expressivo no ano, com alta de 16,7%.

Setores

O setor de serviços apresentou alta de 2,5% em 2023, em um desempenho considerado “crescimento generalizado”. Já a indústria brasileira terminou o ano com alta de 1,4%.

O Monitor do PIB estima que o consumo das famílias cresceu 3,2% no ano passado. Dentro desse segmento, se destacam positivamente os setores de serviços e de produtos não duráveis (itens de consumo imediato ou com pouco tempo de duração). Em valores monetários, o consumo das famílias ficou em R$ 6,9 trilhões, o maior já registrado.


Desaceleração

De acordo com o Ibre, a economia teve desempenho positivo de 0,6% em dezembro ante o mês anterior e de 2,1% em relação a dezembro de 2022. Em janela de tempo trimestral, a atividade econômica no quarto trimestre apresentou alta de 0,1% na comparação com o terceiro trimestre e de 2,3% diante do quatro trimestre de 2022.

De acordo com a coordenadora da pesquisa, Juliana Trece, o último trimestre do ano passado ficou marcado por uma “clara tendência de desaceleração”, porém, segundo ela, o resultado mostra resiliência da economia apesar das fragilidades de um crescimento anual concentrado e bastante influenciado por commodities (matérias primas com preços ditados pelo mercado internacional).