A produção brasileira de soja deverá totalizar 149,4 milhões de toneladas na temporada 2023/24, com recuo de 3,4% na comparação com a temporada anterior, quando foram colhidas 154,6 milhões de toneladas. A projeção faz parte do 5º levantamento de acompanhamento da safra brasileira de grãos, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No relatório anterior, a previsão era de safra de 155,3 milhões de toneladas. Houve um corte de 3,8% entre um mês e outro.
A Conab trabalha com uma área de 45,088 milhões de hectares, com elevação de 2,3% sobre o ano anterior, quando foram cultivados 44,080 milhões de hectares. A produtividade está estimada em 3.314 quilos por hectare. Em 2022/23, o rendimento ficou em 3.507 quilos por hectare, o que representa uma retração de 5,5%.
Se for considerada a expectativa inicial desta temporada, a quebra chega a 7,8%, uma vez que a Conab estimava uma safra de 162 milhões de toneladas. O atraso do início das chuvas nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Matopiba, seguido por chuvas irregulares e mal distribuídas, com registros de períodos de veranicos superiores a 20 dias, além das altas temperaturas, estão refletindo negativamente no desempenho das lavouras.
Com a atualização na estimativa produção da soja, as exportações também devem ser reduzidas em 4,29 milhões de toneladas, saindo de 98,45 milhões de toneladas para 94,16 milhões de toneladas.
Além disso, a Companhia realizou ajuste estatístico na quantidade da oleaginosa esmagada, totalizando aproximadamente 53,36 milhões de toneladas. Cabe registrar que as perdas da soja no Brasil estão sendo compensadas pela recuperação da safra argentina, semelhante ao ocorrido no Rio Grande do Sul.
O mercado físico do boi gordo foi pautado pela moderada queda nos preços ao longo do mês de janeiro.
Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Iglesias, o grande fator de baixa foi o lento escoamento da carne, com expressiva retração nos cortes do traseiro bovino.
Iglesias destaca que o perfil de demanda esteve bastante fraco no primeiro mês do ano, algo normal em um período no qual a população parece descapitalizada, priorizando o consumo de produtos mais acessíveis.
Nesse sentido, o analista explica que os frigoríficos passaram a exerceram pressão sobre o mercado, o que contribuiu para a queda nos valores da arroba. O contraponto ficou com a postura dos pecuaristas, que ainda encontraram as condições necessárias para regular o ritmo dos negócios e evitar uma queda maior nos preços.
Os preços a arroba do boi gordo:
São Paulo: R$ 240 (Queda de 2,04%);
Goiás: R$ 230 (Queda de 4,17%);
Minas Gerais: R$ 245 (Queda de 2%);
Mato Grosso do Sul: R$ 235 (Preço estável);
Mato Grosso: R$ 214 (Alta de 1,42%).
Para fevereiro, a expectativa é que a melhora gradual no escoamento da carne possa contribuir para um avanço nos preços, embora de forma bem moderada.
Atacado
O mercado atacadista apresentou preços em queda para a carne bovina ao longo de janeiro. Segundo Iglesias, a queda foi mais expressiva para os cortes do traseiro bovino, de 10,89%, passando de R$ 20,20 para R$ 18,00 por quilo. Os cortes do dianteiro do bovino recuaram 3,08%, passando de R$ 13,00 para R$ 12,60 por quilo.
A colheita da safra de soja 2023/24 do Brasil está em 9% da área total esperada. A estimativa parte de levantamento de Safras & Mercado divulgado na sexta-feira (26).
Na semana passada, o índice era de 5,1%.
Os trabalhos estão mais adiantados se comparados com o mesmo período do ano passado – 4,4% – e também superam a média dos últimos cinco anos, de 6,4%.
Estados que já colhem a soja
Paraná: 15%, comparada com a média de 7,3% Mato Grosso: os trabalhos chegaram a 22%, superando a média de 17,6% para o período Goiás: a colheita da soja chegou a 7%, contra 2,1% da média Mato Grosso do Sul: envolve 5% do esperado, acima da média de 3,2% São Paulo e Minas Gerais: o índice é de 1%.
Mato Grosso ganhou novos mercados de exportação em 2023, com a venda de produtos para mais 23 países que em 2022. A maioria dos produtos importados por estes países foram o milho e os bovinos vivos, que correspondem a 79% e 21% das exportações, respectivamente. Os dados são do Centro de Dados Econômicos da Secretaria de Estado e Desenvolvimento Econômico (Sedec).
O Estado exportava para 70 países e, no ano passado, esse número subiu para 93 países. O monitoramento mostra que, destes novos compradores, 15 adquiriram produtos do Estado pela primeira vez, em 2023, sendo eles: Guiana, Suriname, Congo, Djibouti, Santa Lúcia, Guadalupe, Tanzânia, Gana, Gabão, Costa do Marfim, Albânia, Guiné, Somália e República Democrática do Congo, e sete países voltaram a importar de Mato Grosso em 2023. São eles: Suíça, Polônia, Mali, Quênia, Nigéria, Togo, Líbia, Barein, Catar, Senegal, Serra Leoa, e Ilhas Maurício. Juntos esses países foram responsáveis por US$ 11.003.271 das exportações realizadas.
O secretário de Desenvolvimento Econômico, César Miranda, apontou que os mercados mato-grossenses se fortaleceram com o estreitamento das relações com o comércio internacional.
“Podemos ver os reflexos das missões realizadas, principalmente, nos países asiáticos, que tiveram como objetivo mostrar nossa economia forte baseada em agricultura e pecuária, além das vantagens de operar aqui. É papel do Estado abrir as portas para os novos mercados, trazendo empresários que queiram investir e comprar de Mato Grosso. O governador Mauro Mendes vem buscando estreitar esses laços comerciais que só trazem benefícios, como emprego, renda e receita para o Estado”, afirmou.
Na atual gestão, houve aumento de 94,79% nas exportações do estado em relação a 2018, sendo exportados US$ 32 bilhões em 2023 e US$ 16,4 bilhões em 2018. A China é responsável por US$ 11,8 bilhões desse montante, sendo o país que mais importou do estado no último ano, seguido do Vietnã e Espanha.
O secretário explicou que a Sedec acompanha e reúne em um dashboard interativo as informações fornecidas pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
“Esse painel está categorizado em seções: Exportação, Importação e Balança Comercial, abrangendo dados tanto do estado de Mato Grosso quanto de seus municípios. A conversão da informação complexa em um conhecimento de fácil acesso facilita a compreensão do panorama econômico estadual, oferecendo suporte para a tomada de decisões estratégicas”, explicou o coordenador do Centro de Dados Econômicos da Sedec, Vinicius Hideki.
Cargas sem certificação de origem,fugindo dos impostos e sem passar pelos devidoscontroles aduaneiros de fiscalização sanitária estão ameaçando o status conquistado pelo Paraná e Rio Grande do Sul, que levaram décadas para obterem a certificação de áreas livres de febre aftosa sem vacinação. Entenda os riscos
O cenário do mercado de carne no Brasil está em risco? A crescente prática de contrabando de gado da Argentina para os estados brasileiros do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul tem provocado um “alerta crítico”, de acordo com informações divulgadas pela Polícia Federal (PF) e reportadas pela Gazeta do Povo. Mesmo diante do aumento nos preços dos produtos na Argentina, decorrente da implementação da nova política econômica do presidente Javier Milei, a PF constatou um aumento no fluxo ilegal de animais em rotas clandestinas – ganhando proporções ainda maiores, destacando-se não apenas pelos preços, mas também pela qualidade genética. Mas como isso pode impactar o Brasil?
Segundo o jornal, o contrabando de gado argentino não apenas destaca a urgência de ações preventivas por parte das autoridades para conter essa prática ilícita que ameaça a economia e a segurança sanitária do país, mas também coloca em risco a integridade do mercado bilionário de carnes brasileiro – o oposto do que alguns especialistas dizem.
Mas existem vários pontos a serem questionados: cargas sem certificação de origem e sem passar pelos devidos controles aduaneiros de fiscalização sanitária estão ameaçando o status conquistado pelo Paraná e Rio Grande do Sul, que levaram décadas para obterem a certificação de áreas livres de febre aftosa sem vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), alcançada apenas no ano de 2021.
Mas esta não é a única preocupação: não é apenas uma conquista simbólica, mas um incômodo para o mercado. Segundo eles, implica diretamente na abertura, reabertura ou manutenção de mercados, especialmente aqueles altamente exigentes em questões sanitárias. Esses mercados não adquirem proteínas originárias de regiões com histórico de vacinação contra a febre aftosa. A entrada de animais provenientes de locais que ainda utilizam a imunização, como é o caso da Argentina, pode comprometer o status alcançado por esses estados, colocando em risco a reputação conquistada com esforço ao longo dos anos.
E tem mais: o Brasil, maior exportador mundial desses produtos, registrou vendas superiores a US$ 23bilhões no último ano, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior. Desse montante, US$ 9,8 bilhões foram provenientes da avicultura, US$ 2,8 bilhões da suinocultura e expressivos US$ 10,8 bilhões da bovinocultura. Isso implica a necessidade de delicadeza para com a imagem internacional do brasil: além das implicações criminais, a entrada desses rebanhos no Brasil suscita “preocupações relacionadas à sanidade animal”: uma ameaça “significativa”, aos olhos do mercado global, para o mercado de carnes no país.
Reprodução: Agência Brasil
Em entrevista exclusiva ao BSM, a pecuarista, veterinária e economista, Lygia Pimentel, sócia-fundadora do Agriffato, expressou suas preocupações sobre os impactos do contrabando de gado argentino em território nacional. Ela ressaltou que o problema vai além da simples concorrência desleal, afetando a arrecadação de impostos e a qualidade dos produtos que chegam ao mercado local.
“Olha, com o contrabando, não se faz arrecadação de impostos, a gente não sabe exatamente como o produto que chega foi armazenado etc.”, destacou Pimentel, apontando para as falhas no sistema de inspeção brasileiro, que, embora seja eficiente, enfrenta desafios significativos quando se trata do contrabando. “Isso acaba burlando o sistema de inspeção brasileiro, que é eficiente, é um bom sistema para garantir a qualidade que chega ao consumidor”, diz.
Além disso, a pecuarista enfatizou que o contrabando compromete a competição justa no mercado local, trazendo uma carne mais competitiva em termos de preço, mas que não arrecada impostos nem segue as mesmas regulamentações que os produtores locais. Ou seja, resta apenas, diante deste cenário, uma concorrência desigual, prejudicando a cadeia de produção desde o produtor até o distribuidor local.
“Esse é o problema, o mercado local acaba recebendo uma competição injusta também. Exatamente por essa questão, chega uma carne que, em termos de preço, é mais competitiva, não arrecada impostos, não compete de maneira justacom esse mercado”, explicou Pimentel.
Contudo, levantando as esperanças ao abordar a dimensão do contrabando em relação ao mercado nacional, Pimentel destacou a magnitude do mercado brasileiro em comparação com o argentino. Em resumo, segundo a veterinária, embora o contrabando represente apenas uma fração do mercado nacional, a preocupação com seus efeitos sistêmicos e locais persiste.
“O contrabando é um pedacinho do mercado brasileiro, que é muito grande. Contudo, é prejudicial de maneira sistêmica, prejudicial de maneira local. Isso prejudica diretamente o consumidor pela questão da qualidade de armazenamento dessa carne, pela condição em que ela chega ao nosso mercado, além de trazer a concorrência injusta ao produtor local, ao distribuidor local, porque acaba não recolhendo impostos”, alertou a especialista.
A exigência sanitária
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Apesar de possuir o segundo maior rebanho bovino do mundo, com 234,4 milhões de animais, o Brasil fica atrás apenas da Índia, que conta com cerca de 300 milhões de cabeças. Concentrando 10% do rebanho nacional bovino, totalizando 24,3 milhões de cabeças, os estados do Sul, embora dominem a suinocultura e a avicultura, enfrentam desafios relacionados ao “status sanitário” no mercado.
No Brasil, com esse status, naturalmente estão sujeitas a rígidos requisitos sanitários as aquisições de animais pelos estados brasileiros, com a necessidade de compatibilidade de status e certificações específicas. Então, principalmente para os estados do Sul, que conquistaram o cobiçado título de “livres de aftosa sem vacinação”, a aquisição está restrita a regiões que compartilham o mesmo status, sendo Rondônia e Acre os únicos incluídos nessa lista.
“A grande maioria dos produtores segue as regras, obedece às normas e faz tudo de forma correta, mas o alerta fica com os que desrespeitam as regras e colocam as condições sanitárias em risco”, avalia a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar).
Essa repercussão atingiu mercados exigentes como o Japão e a Coreia do Sul, que recusam a carne suína proveniente do Paraná devido ao histórico do estado, que era livre de aftosa, porém com vacinação até poucos anos atrás. A Adapar destaca que a maioria dos produtores segue as normas corretamente, mas alerta para aqueles que desrespeitam as regras, pois estão colocando “em risco” as condições sanitárias.
O setor produtivo, por sua vez, tem destacado a falta de profissionais do Serviço de Inspeção Federal (SIF) como um entrave não apenas para a fiscalização em regiões de fronteira, mas também para a produção agroindustrial em todo o território nacional. A preocupação persiste com a intensificação, segundo a PF, do contrabando da Argentina para o Brasil. Segundo a reportagem, existe uma necessidade de ações imediatas para a preservação das condições sanitárias e a manutenção das conquistas obtidas ao longo desses anos, para salvaguardar o mercado.
Rotas clandestinas
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A PF destaca, segundo a reportagem, que a rota central para o contrabando de gado se estabelece entre as cidades de Santo Antônio do Sudoeste (PR) e Dionísio Cerqueira (SC). Os municípios se encontram na divisa entre os estados e coladas à fronteira com a Argentina. Em trechos onde a travessia a pé é facilitada, contrabandistas tiram proveito da falta ou precariedade da fiscalização nos postos avançados de controle sanitário, movimentando caminhões repletos de animais, principalmente durante a noite.
Em entrevista à reportagem, o presidente do Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Agricultura (Conseagri) e secretário de Agricultura e Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara, disse:
“Nossa maior preocupação é com o risco sanitário; quanto ao descaminho e contrabando, é uma contravenção penal que precisa ser tratada pelas autoridades competentes nesse segmento. A Sesp [Secretaria da Segurança Pública do Paraná] tem fornecido apoio nos aspectos relacionados à segurança, mas nas questões sanitárias, há uma preocupação significativa”, diz.
Ainda expressou preocupações adicionais com os diagnósticos transfronteiriços, indicando um aumento não só no contrabando de gado, mas também de carnes, agrotóxicos, alho, cebola e alimentos em geral. Segundo ele, isso pode representar uma ameaça ao cultivo em várias frentes, incluindo o risco de patologias típicas de outras culturas.
Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul são responsáveis por quase a totalidade das exportações de carne suína brasileira, superando 1,1 milhão de toneladas em um total de 1,2 milhãoexportadas em 2023. Esses estados também abrigam 60% da avicultura comercial do país. Nas rotas clandestinas destacadas pela PF, os carregamentos percorrem estradas vicinais ou rurais nestes estados até alcançarem propriedades ou abatedouros, muitas vezes situados em proximidade da fronteira. Algumas dessas vias cruzam os territórios dos dois países de maneira contígua.
A área conquistada e a falsificação de documentos
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Na luta para evitar a entrada de animais no Brasil seguida pelo tráfego com documentos falsificados, a Adapar tem adotado mecanismos especiais na emissão das Guias de Trânsito Animal (GTAs) em áreas de risco, especialmente na fronteira e nos limites entre estados com diferentes status sanitários. De acordo com a Adapar, as cargas em transporte devem ser lacradas pelo serviço veterinário oficial de origem, e os números dos lacres precisam constar no campo destinado a observações da GTA.
Essa exigência é conhecida como a implementação de lacres de carga, para evitar as situações de “falseamento da origem”: quando animais originários da Argentina são introduzidos no Brasil, criados na região sudoeste do Paraná, por exemplo, descansando por um período e, posteriormente, serem deslocados para outras regiões, como se tivessem nascido localmente – manipulando assim os registros.
Foi identificado pela PF, há pouco mais de um ano, que contrabandistas estavam falsificando estes documentos de origem dos animais – declaração de nascimento – e preenchendo GTAs de forma fraudulenta, sem as quais o transporte é vetado. Nessa operação, por exemplo, um produtor declarou à Adapar que 50 animais teriam nascido em sua propriedade, todos machos. Ele quebrou a cara: a PF revelou que, apesar de metade do rebanho ser fêmea, não havia registro de nascimento de um único animal fêmea na fazenda em quase meia década.
Além disso, uma grande conquista foi feita: a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), por exemplo, ressalta que, ao longo das últimas cinco décadas, tem trabalhado incansavelmente para conquistar o status de área livre de aftosa sem vacinação. Contudo, agora a vigilância e as ações de enfrentamento devem ser intensificadas continuamentepara não comprometer essa certificação, graças ao aumento do contrabando de gado vivo e alimentos para o Brasil.
Quando um carregamento irregular de gado é apreendido, os animais são encaminhados para abate, e todo o material é destruído e descartado. Inclusive, as penas são altas e tendem a aumentar: os envolvidos são sujeitos a penas que somam até 18 anos de prisão. Em tais práticas ilícitas podem enfrentar acusações de contrabando, associação criminosa, falsidade ideológica e infração de medidas sanitárias preventivas.
Poucos mecanismos são tão sinceros quanto o mercado — e seus números mostram a aceitação do agronegócio brasileiro em todo o planeta. Em 2023, as exportações do setor se estenderam por 200 destinos internacionais e quebraram recorde de faturamento.
Fornecendo alimentos, roupas, utensílios, produtos de higiene e fontes de energia ao mercado externo, o agro do Brasil faturou US$ 166 bilhões em 2023. A lista de clientes inclui nações de todos os tamanhos, religiões, regime político, níveis de riqueza e sofisticação, conforme mostram os números oficiais.
Os clientes do agronegócio brasileiro
Os três principais clientes são China, União Europeia e Estados Unidos. Ao longo de 2023, eles pagaram US$ 60 bilhões, US$ 21 bilhões e US$ 10 bilhões pelos produtos do agro do Brasil, respectivamente.
No restante da lista, aparecem nações que não mantêm boas relações entre si, como o caso de Rússia e Ucrânia. Os dois países se enfrentam em conflito armado, depois que os russos invadiram o território ucraniano, em fevereiro de 2022.
Do mesmo modo, os produtos do agro do Brasil chegaram às duas Coreias — do Norte e do Sul. Dois países que estão oficialmente em guerra desde a década de 1950.
Países pobres, como Zimbábue, Angola, Moçambique, Haiti e Granada, e paraísos lembrados por seus belas países, como Bahamas, Aruba, Maldivas, também estão na lista. Do mesmo modo, aparecem destinos campeões em desenvolvimento humano, como Austrália e Nova Zelândia.
No Oriente Médio, o setor fornece tanto para Israel, de maioria judia, quanto às nações muçulmanas da região, como Iraque, Irã e Arábia Saudita.
Grandes produtos do agro
Atualmente, o Brasil é o principal fornecedor de soja do mundo — um dos grãos mais consumidos na Terra. O país também é o maior exportador de carnes de frango e bovinos — trata-se de uma das três principais fontes de proteína animal para a humanidade.
Além disso, o agronegócio brasileiro é o maior produtor de suco de laranja, açúcar e café do mundo. O setor também está entre os grandes fornecedores do planeta de algodão, biocombustíveis, celulose, carne de porco, milho e frutas, entre outros.
O mercado da soja dá sequência as pequenas altas na Bolsa de Chicago na manhã desta sexta-feira (19), porém, ainda busca definir sua direção. Assim, perto de 6h40 (horário de Brasília), os futuros da oleaginosa subiam entre 5,50 e 6,50 pontos, com o março sendo cotado a US$ 12,20 e o maio a US$ 12,29 por bushel. Na sessão anterior, o março chegou a testar os US$ 12,00, mas retomou o fôlego no final da sessão.
Os preços seguem refletindo as incertezas que dominam a safra 2023/24 do Brasil – com colheitas em andamento, lavouras ainda se desenvolvendo e o clima permanecendo bastante irregular – as boas projeções para a produção da Argentina, ao mesmo tempo em que a demanda segue presente, porém, mais limitada.
Assim, apesar das altas desta sexta, o mercado da soja na CBOT caminha para sua quinta semana de baixas consecutivas, tendo se aproximado das mínimas de dois anos.
E embora a perspectiva dos produtores seja de uma safra brasileira bem menor do que as estimativas dos orgãos governamentais, a pressão sobre as cotações ainda não se dissipou, em especial pelo bom caminhar da safra argentina.
Ainda nesta sexta, o mercado espera pelo novos números das vendas semanais para exportação a serem reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
A Embrapa, em parceria com a empresa brasileira NOOA, desenvolveu uma tecnologia inovadora, o AURAS, para reduzir as perdas na produção de soja causadas pela estiagem. Essa solução utiliza a cepa CMAA 1363, a única identificada pela Embrapa com as características essenciais para codificar a tolerância à seca.
O bioativo AURAS oferece diversos mecanismos de proteção na cultura da soja, promovendo uma retomada mais rápida do ciclo produtivo após eventos de estresse.
Entre os benefícios estão a maior estabilidade do ambiente biológico do solo, melhor arranque e estabelecimento da cultura, exploração de água em regiões mais profundas do solo, conservação de água na planta e desenvolvimento mais rápido das lavouras após o retorno das condições ideais.
Marcelo Soares, Diretor de P&D da NOOA, destaca a importância da seleção cuidadosa da cepa de bacillus aryabhattai, ressaltando que apenas a cepa CMAA 1363 apresentou as características necessárias para conferir tolerância à seca. A tecnologia AURAS foi desenvolvida a partir do isolamento de bactérias da raiz de um cacto, o mandacaru, na caatinga, iniciando-se em 2009.
Os mecanismos de proteção do AURAS são divididos em quatro processos: desenvolvimento radicular, produção de substâncias que protegem e hidratam o sistema radicular, retenção de água na planta e produção de enzimas antioxidantes. Esses processos visam ativar os genes das plantas para lidar com altas temperaturas e longos períodos de estiagem.
O AURAS contribui para o equilíbrio da lavoura, reduzindo o acúmulo de componentes tóxicos produzidos pelas plantas sob estresse. Essa inovação promete fortalecer a agricultura enfrentando os desafios climáticos, proporcionando maior segurança e eficiência no ambiente de produção de soja.
A produtividade média de soja nesta safra 2023/24 deverá ser de 53,59 sacas por hectare. O volume representa uma queda de 13,99% em comparação ao recorde de 62,30 sacas da última temporada, além de 7,41% ante as estimativas divulgadas em dezembro. Ao se analisar os dados desde a temporada 2013/14, a previsão se concretizada será a quarta menor da série histórica.
As perspectivas de safra para a soja foram divulgadas pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), nesta segunda-feira (15). O levantamento consolida a área destinada para a oleaginosa em 12,131 milhões de hectares.
De acordo com a projeção, considerando a manutenção da área e o corte na produtividade, a produção da safra 2023/24 de soja em Mato Grosso se desenha para um volume de 39,01 milhões de toneladas. O que representa uma quebra de 6,311 milhões de toneladas (-13,93%) em comparação ao ciclo 2022/23, quando 45,316 milhões de toneladas foram colhidas.
A nova estimativa aponta ainda uma queda de 7,41% frente ao projetado em dezembro de 42,126 milhões de toneladas. Além disso, ao se analisar a série histórica a safra 2023/24 deverá ser menor que as 40,866 milhões de toneladas colhidas no ciclo 2021/22.
Clima é o principal vilão
Conforme a estimativa de safra do Imea, o clima é o principal vilão desta temporada. A falta de chuva no plantio e desenvolvimento da soja, pautada pelo intenso El Niño, resultou em dias mais quentes e secos.
“Esse cenário, influenciou na quebra expressiva na produtividade das áreas que foram semeadas até o final de outubro, onde o regime de precipitação foi menor que o necessário para o desenvolvimento das lavouras, o que resultou no encurtamento do ciclo da soja e prejudicou o potencial produtivo das plantas”, destaca o Imea.
Outro ponto observado é “um rendimento ainda mais crítico nas áreas que tem como a sucessão o algodão, visto a antecipação do plantio da oleaginosa devido à preocupação dos produtores com a janela ideal da segunda safra”.
Entre as regiões do estado, os menores rendimentos foram no oeste, no nordeste e no centro-sul com estimativas de 52,63 sacas por hectare, 52,86 sacas e 52,90 sacas, respectivamente.
Já no noroeste mato-grossense a média prevista é de 53,70 sacas por hectare, no norte de 53,86 sacas, no médio-norte a previsão aponta para 54,03 sacas por hectare de média e no sudeste 54,26 sacas.
Foto: Pedro Silvestre/Canal Rural Mato Grosso
Quarta menor produtividade na soja
Ao se analisar os dados de produtividade média da soja em Mato Grosso desde a safra 2013/14, as projeções vistas para a safra 2023/24 caminham para ser a quarta menor da série histórica.
Segundo dados da série histórica do Imea, na safra 2013/14 a produtividade média ficou consolidada em 51,93 sacas por hectare. Na temporada 2014/15 em 52,90 sacas por hectare, enquanto na 2015/16 de 49,78 sacas por hectare, sendo o menor registro de tal série.
Já na temporada 2016/17 a produtividade média no estado foi de 55,40 sacas por hectare, na 2017/18 de 57,24 sacas por hectare. A série histórica mostra ainda que na safra 2018/19 foram colhidas 56,04 sacas de soja por hectare de média e no ciclo 2019/20 média de 59,09 sacas.
Na safra 2020/21 foram 57,42 sacas por hectare de média, na 2021/22 59,38 sacas e o recorde de 62,30 sacas de média por hectare na temporada 2022/23.
As exportações brasileiras do agronegócio bateram recorde em 2023, atingindo US$ 166,55 bilhões. A cifra foi 4,8% superior em comparação a 2022, o que representa um aumento de US$ 7,68 bilhões. De acordo com a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o desempenho foi influenciado principalmente pela quantidade embarcada.
Dessa forma, o agronegócio foi responsável por 49% da pauta exportadora total brasileira em 2023. No ano anterior, a participação foi de 47,5%.
“O ano de 2023 marcou um ponto de virada histórico para o agro brasileiro, com grandes avanços em exportações e expansão de mercados, resultando em um recorde nas vendas externas. Sob a liderança do presidente Lula e do Ministro Carlos Fávaro, o Brasil abriu 78 novos mercados, fortaleceu laços e liderou a exportação mundial em vários produtos”, destaca o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Roberto Perosa.
O Brasil exportou diretamente 193,02 milhões de toneladas na forma de grãos. Uma quantidade 24,3% superior na comparação com os 155,30 milhões de toneladas de grãos exportados em 2022. Esta quantidade de grãos exportados em 2023 equivale a 60,3% da safra recorde de grãos 2022/23, estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento em 319,86 milhões de toneladas.
Além do aumento na quantidade exportada de grãos em quase 40 milhões de toneladas, também houve expansão no volume exportado de outros produtos que registraram mais de US$ 1 bilhão em vendas externas: carnes (+5,4%), açúcar (+15,1%), sucos (+6,0%), frutas (+5,9%), couros e seus produtos (+19,7%).
Os setores exportadores que mais contribuíram nas vendas do agronegócio foram: complexo soja (+US$ 6,49 bilhões); complexo sucroalcooleiro (+US$ 4,60 bilhões) e cereais, farinhas e preparações (+US$ 1,18 bilhão) e sucos (+US$ 447,41 milhões).
Em relação ao valor exportado os cinco principais setores foram: complexo soja (40,4% do total exportado); carnes (14,1%); complexo sucroalcooleiro (10,4%); cereais, farinhas e preparações (9,3%) e produtos florestais (8,6%). Em conjunto, esses setores destacados representaram 82,9% das vendas do setor em 2023.
Quanto às importações, o agronegócio brasileiro importou US$ 16,61 bilhões.
“O país também lançou um programa ambicioso para converter pastagens degradadas em áreas agricultáveis, buscando dobrar a produção de forma sustentável e contribuir significativamente para o desenvolvimento do interior. Em 2024, o país se consolida como uma potência agropecuária global, reforçando a resiliência e a sustentabilidade no setor, essencial para o desenvolvimento econômico e como um importante fornecedor de alimentos para o mundo”, conclui Perosa.
Dezembro/2023
As exportações brasileiras de produtos do agronegócio foram de US$ 13,51 bilhões em dezembro de 2023, um valor US$ 2,34 bilhão superior na comparação como mesmo mês de 2022, o que representou crescimento de 20,9%.
O resultado de dezembro, segundo indicam dados da SCRI/Mapa, foi fortemente influenciado pela elevação do volume embarcado, cujo índice subiu 28,9%, apesar da queda de 6,1% nos preços médios de exportação dos produtos do agronegócio brasileiro.
Soja em grãos, açúcar de cana, farelo de soja e carne bovina são, para os analistas da SCRI, os produtos que mais contribuíram para o crescimento das exportações no mês.
Destaque de dezembro, as exportações de soja em grãos atingiram volume de 3,83 milhões de toneladas. Esta quantidade embarcada foi 97,8% superior ao exportado no mesmo período do ano passado. O setor é o maior responsável pelo crescimento das vendas externas do agronegócio. As exportações de soja em grãos alcançaram US$ 1,99 bilhão em dezembro de 2023, com alta de 66,2%.
Os embarques de soja em grãos para a China foram de US$ 1,2 bilhão. O país adquiriu 86,5% do volume total exportado pelo Brasil de soja em grãos no período.
O volume exportado de açúcar também foi recorde para os meses de dezembro atingindo de 3,85 milhões de toneladas, um aumento de 74,9%. O produto que se destacou nas vendas do período com a soma de US$ 2,04 bilhões, um aumento de 113,7%.
Assim como para a soja, a China permanece sendo o principal mercado importador do açúcar de cana em bruto brasileiro, com US$ 330,65 milhões, crescimento de 108,6% ante dezembro de 2022.
Outro produto com desempenho favorável em dezembro foi farelo de soja. As vendas externas de farelo de soja subiram de US$ 559 milhões em dezembro de 2022 para US$ 1,0 bilhão em 2023, alta de 79,4%. O aumento do valor se dá principalmente em função do incremento do volume exportado, que cresceu 75,1%. União Europeia, Irã e Indonésia foram os maiores importadores do produto brasileiro.
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